As encilhas dos animais serão compostas das peças conforme citações e descrições que
seguem:
XERGÃO ou BAIXEIRO
De lã natural.
CARONA
De sola, de couro cru ou lona em ambos os lados. A carona pode ser forrada em couro ou feltro.
ARREIOS
Bastos, lombilhos, serigotes-cela ou serigote, com as basteiras de couro ou
feltro.
TRAVESSÃO e LÁTEGOS
De couro cru ou sola.
BARRIGUEIRA do TRAVASSÃO
De algodão, seda (sem tingi mento), crina ou couro
torcido, com as tramas em algodão ou couro. Podendo ter algum detalhe colorido nas
tramas junto as argolas.
PELEGO ou “COCHONILHO”
Branco, preto marrom, sempre natural, ou seja, sem tingimento.
BADANA
De uso opcional. Quando usada sempre em couro.
SOBRE-CINCHA e LÁTEGOS
De couro cru ou sola.
BARRIGUEIRA da SOBRE-CINCHA
De algodão,seda (sem tingi mento), crina ou couro torcido, com as tramas em seda ou couro.
Podendo ter algum detalhe colorido nas tramas junto as argolas.
LAÇO
De couro cru, não podendo ser emborrachado ou ainda revestido com fitas plásticas, podendo ser pintado, nas cores preta ou marrom, desde que se visualize atrança.
MANGO
De couro cru. Com adornos em prata, metal ou chifre, com cabo de madeira, revestido de couro ou não, trançado (rabo de tatu), com ou sem argola e com tala de, no mínimo 5cm de largura por 30cm de comprimento, deverá ser usado sempre no pulso.
LOROS
De couro cru ou sola, não podendo ter nenhum tipo de reforço que não seja
destes dois materiais.
ESTRIBOS
De ferro, inoxidável, latão, bronze, prata, alpaca, osso ou chifre, podendo ser retovados de couro.
JOGO DE CORDAS
CORDAS DE CABEÇA
Deverão ser de couro.
RÉDEAS
Deverão ser de couro, lã, crina ou algodão, sem nenhum tipo de reforço interno que não seja destes materiais, nas cores, branca, preta ou marrom (cores naturais da lã), as de algodão, deverão ser na cor natural (sem tingi mento).
- Obs. É vetado o uso de rédeas de couro de cabrito (Paraíba) que tem fio de nylon interno.
O BUÇAL c/CABRESTO, PEITEIRA e RABICHO
São de uso opcional, porém quando usados deverão respeitar as características das cordas mencionadas acima.
OBS:
ESTAS DIRETRIZES SOMENTE PODERÃO SER ALTERADAS PELA VICE-PRESIDENCIA DE CULTURA E SERÃO SUBMETIDAS AO CONSELHO DIRETOR PARA APROVAÇÃO.
E o título de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul permanece em Passo Fundo, na 7ª Região Tradicionalista. Joelma Pauline Meotti, do CTG Lalau Miranda, foi a vencedora da 41ª Ciranda Cultural de Prendas, que encerrou ontem. Durante dois dias, 71 prendas apresentaram suas habilidades em provas artísticas e oral onde foram testados os talentos das candidatas nos quesitos dança tradicional e de salão, poesia e declamação, além da oralidade e caracteres pessoais, no qual se observa a beleza, as boas maneiras, a elegância e a desenvoltura.
Agora, até maio de 2012, as nove prendas eleitas serão as representantes da mulher gaúcha. Além de participarem de encontros oficiais do Movimento Tradicionalista Gaúcho, também farão palestras e atividades em escolas, CTGs e eventos tradicionalistas.
Confira as nove vencedoras.
ADULTA
1ª Prenda
JOELMA PAULINE SCHMOHL MEOTTI -
CTG LALAU MIRANDA - PASSO FUNDO -7ª RT
2ª Prenda
MURIEL MACHADO LOPES -
PL DELFINO CARVALHO - CACHOEIRA DO SUL - 5ª RT
3º Prenda
MAIRA SIMÕES RODRIGUES -
CTG GLAUCUS SARAIVA – PORTO ALEGRE - 1ªRT
JUVENIL
1ª Prenda
NATANA GENGNAGEL
CTG ALDEIA FARROUPILHA – FARROUPILHA - 25ª RT
2ª Prenda
JANAÍNA MATIELLO
GRUPO DE ARTE NATIVA ANITA GARIBALDI - ENCANTADO- 24ª RT
Retirei do Blog Ronda dos Festivais do Jairo Reis e reproduzo aqui o artigo da antropóloga Fernanda Marcon sobre os 40 anos do movimento nativista do RS.
Fernanda Marcon
Antropóloga/UFSC
Não é à toa que toda cosmologia – do grego cosmo (mundo) e logos (estudo) – carrega consigo alguns “mitos de origem”. Bem entendido, o mito não consiste em um não-real, ou não-verdadeiro: é um relato específico e bastante dinâmico sobre o passado, mas também sobre o presente e futuro de uma sociedade. Seja ele científico, religioso, estético ou de outra natureza, está sempre a produzir significados que atuam diretamente sobre o imaginário de quem participa dessa sociedade. Além disso, como apontou Claude Lévi-Strauss (1955), os mitos não devem ser reduzidos a um “jogo gratuito ou uma forma grosseira de especulação filosófica”; não são formas arbitrárias, mas significativas. O significado que revelam estaria justamente em uma operação combinatória de elementos culturais, presente em diferentes sociedades, o que, para Lévi-Strauss, explicaria a semelhança entre os mitos de um extremo ao outro da terra.
Este prólogo serve-nos para pensar a constituição de eventos tão importantes para a música gaúcha ou gauchesca no sul do Brasil: os festivais nativistas. Como mito de origem, temos a saudosa história da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, inaugurada em 1971 e idealizada pelo poeta e compositor Colmar Duarte após o malogrado festival promovido por uma emissora de rádio de Uruguaiana: o “I Festival da Canção Popular da Fronteira”. A milonga “Abichornado”, de Colmar Duarte e Júlio Machado da Silva Filho foi eliminada pelo júri sob o argumento de que se tratava de uma “música gauchesca”. Descontente com tal resultado, Colmar Duarte decide criar um festival que promovesse exclusivamente a música regional. Para além das diferentes versões sobre o fato, o resultado do festival incitou sobremaneira a decisão de criar um evento no mesmo formato (um festival) que pudesse contemplar um estilo de música visto por Colmar Duarte como discriminado. É preciso notar que os idealizadores do festival também se posicionavam contra a música regional produzida até então no RS: a chamada música tradicionalista gaúcha, tendo em Teixeirinha, Zé Mendes e Pedro Raymundo seus principais ícones. Em sua perspectiva, a música regional gaúcha deveria passar por um processo de inovaçãoestética, onde a qualidade musical fosse o principal objetivo. Não era lá um objetivo tão inovador, com o perdão do trocadilho. As querelas entre artistas e indústria cultural não são setentistas nem terminaram no século XXI: a chamada “tchê music” está aí para não nos deixar mentir. O espaço de legitimidade ocupado por diferentes gêneros musicais é sempre um lócus de disputas. Diferentes atores e interesses acionam argumentos a todo o momento. Se o primeiro festival intentava ou não ocupar o espaço que lhe considerava devido, sua participação mitológica na cosmologia nativista ainda reverbera em cada parque de exposições, em cada final de semana de festival. No entanto, pensando em uma perspectiva musical e, de minha parte, antropológica, para um fenômeno tão diverso e multifacetado, poderíamos refletir aqui sobre algumas dinâmicas contemporâneas que constituem a produção de música nativista – já nem tão restrita ao sul do Brasil -, e que se nem tanto inovadoras, constituem audições de mundo bastante interessantes.
Uma delas – que pude discutir com mais detalhe em minha dissertação de mestrado -, diz respeito aos gêneros musicais escolhidos pelos compositores nos festivais. De acordo com a etnomusicóloga Maria Elizabeth Lucas (1990), os gêneros de canção considerados tradicionais ou nativos nos festivais de música nativista correspondem a reinterpretações locais das danças de salão européias que invadem as Américas na metade do século XIX e que, no Rio Grande do Sul, substituíram ou foram incorporados às danças trazidas pelos colonizadores açorianos e luso-brasileiros no século XVIII. (Lucas, 1990: 211) No final do século XIX, entram em cena gêneros vindos da Argentina, Uruguai e Paraguai – ainda que, a princípio, utilizados timidamente por compositores locais e pouco executados nos bailes e fandangos do estado – como a milonga, o chamamé e a polca paraguaia e correntina.
A seleção de gêneros pelos compositores nativistas variou muito com o tempo. Na pesquisa realizada por Lucas nos anos 1980, a autora encontrou a predominância dos seguintes gêneros:
Um inventário dos gêneros musicais predominantes nos sete principais festivais que pesquisei em 1986-1987 mostrou que de um total de 216 canções, 53 eram milongas, 20 toadas, 19 canções, 16 valsas, 16 vaneira/vanerão, 13 chimarritas, 10 rancheiras, 9 mazurcas e chamamés, 7 chotes e 6 bugios (...) [tradução minha] (LUCAS, 1990: 228)
No levantamento que realizei durante a 16a e 17a Sapecada da Canção Nativa em Lages-SC, percebi a presença de outros gêneros platinos - para além da milonga e do chamamé que, desde os anos 1980 vêm sendo muito executados nos festivais. Das 64 canções classificadas para as duas edições do festival, 23 foram milongas, 14 chamamés, 7 chamarras, 3 canções, 3 rasguido-doble, 2 chotes, 2 vanerões, 2 polcas, 2 milonga-canção, 1 zamba, 1 chacarera, 1 toada e 1 milonga-candombe.
A predominância de milongas e chamamés torna-se um fato curioso na medida em que durante os primeiros festivais eram gêneros pouco privilegiados e, inclusive, não muito apreciados por jurados e comissões organizadoras. Santi (2004) analisa o regulamento da XXV Califórnia da Canção Nativa (1995), onde o artigo n. 15 proíbe expressamente gêneros como o chamamé, o tango, a zamba e a chacarera, considerando-os representantes de países e regiões vizinhas e não integrados à cultura musical sul-rio-grandense. (Santi, 2004: 86) E a milonga? Interessante notar como não é citada como um gênero não integrado à cultura musical do RS, e nisso o regulamento da Califórnia entra em acordo com a perspectiva dos folcloristas locais, como é o caso de Cezimbra Jacques:
[...] Espécie de música crioula platina, cantada ao som da guitarra (violão) e que está [...] adaptada entre a gauchada riograndense da fronteira. (JACQUES, 1979: 167)
Barbosa Lessa e Paixão Côrtes são ainda mais enfáticos ao incluir a milonga como um gênero folclórico do RS:
Marcante [...] foi a presença do ritmo milonga entre os cantadores de galpão, em praticamente todos os municípios fronteiriços desde Itaqui, na fronteira com a Argentina, até Jaguarão, na fronteira com o Uruguai. [...] A milonga galponeira pode ser considerada uma expressão realmente folclórica tanto da Argentina como do Uruguai e do Rio Grande do Sul. (BARBOSA LESSA; PAIXÃO CÔRTES, 1975: 141)
Assim, as calorosas discussões a respeito da “aculturação” (termo utilizado pelo regulamento do festival Califórnia da Canção Nativa) promovida pelo chamamé não chegam à milonga, gênero que mais prosperou nos festivais nativistas.
O que estes aspectos podem nos dizer a respeito do mito de origem dos festivais nativistas? Muitas coisas, obviamente, mas, em particular, gostaria de assinalar a vitalidade desses 40 anos de intensa produção musical brasileira e sul-rio-grandense e sua capacidade especial de ultrapassar barreiras, limites estéticos e morais ao se renovar tantas vezes. Ao abraçar a música latino-americana, ao pilchar roqueiros e jazzistas em seus palcos, ao ser tão plural em sua ressonância no tempo.
Obras citadas no artigo:
Lessa, Barbosa. Nativismo: Um fenômeno social gaúcho. L&PM, Porto Alegre: 1985.
Lessa, Barbosa; Côrtes, Paixão. Danças e andanças da tradição gaúcha. Porto Alegre: Garatuja, 2a Ed. Porto Alegre, 1975.
Lévi-Strauss, Claude. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
Lucas, Maria Elizabeth da Silva. Gauchos on Stage: Regionalism, Social Imagination and Tradition in the Festivals of Musica Nativa, Rio Grande do Sul, Brazil.
(Tese de Doutorado) The University of Texas, Austin, 1990.
Santi, Álvaro. Do Partenon à Califórnia: o nativismo e suas origens. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
A MÚSICA MAIS POPULAR DE TODAS AS CALIFÓRNIAS DA CANÇÃO NATIVA, 13º CALIFORNIA DA CANÇÃO NATIVA, URUGUAIANA, 1983, GURI, DE JOÃO BATISTA MACHADO E JÚLIO MACHADO DA SILVA NETO, INTERPRETE CEZAR PASSARINHO.
Cauê Nascimento, Nemésio Miranda de Meirelles e José Luis de Souza
No dia 16 de maio aos 97 anos, falece o baiano de nascimento e canoense de coração Nemésio Miranda de Meirelles, o patrono da imprensa canoense.
Biografia de Nemézio:
Natural de Salvador, Bahia, Nemézio Miranda de Meirelles nasceu em 19 de dezembro de 1913. Aos 16 anos, foi revisor do Diário da Bahia, em Salvador.
Aos 18, em 1932, foi para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, fazia parte de um grupo de jovens idealistas que fundou a edição “O Ideal”, no bairro Marechal Hermes. Meirelles chegou em Canoas em 1935, transferido da Escola de Aviação Militar, sediada em Campo dos Afonsos, no Rio de janeiro.
Em 1953, formou-se em Odontologia pela UFRGS - Universidade do Rio Grande do Sul. Exerceu a profissão até 1965, em Porto Alegre e Canoas. Casou-se com Filomene Nienow, com quem teve dois filhos: Flávio (1938 - 2000), e Ângela (1949). Fundou “O Cruzeiro”, o primeiro jornal de Canoas.
Em 8 de agosto de 1985, recebeu da Câmara de Vereadores, por iniciativa do então vereador Ivo Lech, uma homenagem pelo cinqüentenário da imprensa canoense, sendo agraciado como Patrono da Imprensa.
Em 2001, foi patrono da 17ª Feira do Livro de Canoas. Meirelles foi agraciado com a Medalha Duque de Caxias pelo Exército Brasileiro e recebeu do Ministério da Aeronáutica Brasileira três condecorações: Medalha Santos Dumont, Cavaleiro da Ordem do Mérito e Membro Honorário.
Fundou e presidiu a liga Atlética Canoense, que dirigia o voleibol, o basquete e o atletismo. Foi diretor do Interior da Federação Rio-Grandense de Futebol e diretor na Federação Atlética Rio-Grandense (Farg), cargo no qual desempenhou a missão de receber e acompanhar as delegações estrangeiras participantes do Campeonato Sul-Americano de Voleibol. Como atleta, foi campeão de voleibol pelo Exército, no Nordeste (6º R.M.), campeão universitário gaúcho e campeão regional. No basquete, foi campeão canoense muitas vezes e campeão regional. No futebol foi campeão canoense vários anos.
Cidadão Canoense Honorário, Meirelles era o único remanescente dos que lutaram pela emancipação política de Canoas.
Escritor, pensador, palestrante e jornalista, contatou pessoalmente com importantes vultos e personalidades, como Ruy Barbosa, Santos Dumont, vários presidentes da República, Sacadura Cabral e Gago Coutinho (os primeiros aviadores a atravessar o Atlântico), além de testemunhar grandes fatos e acontecimentos da História do Brasil.
Em príncipio de 1835 chegaram em Canoas os "Caça Ratos" como eram conhecidos os menbros da terceira companhia preparadora de terrenos do 3º Regimento de Aviação Militar. A esquerda; de chapéu á moda mexicana Menésia de Miranda Meirelles, sargento Ramirez, Galhardo, Picolé, Wilson e Marcondes, tomando chimarrão. Ao fundo a "Cabana do Pai Tomaz" local onde pernoitavam.
Compositor, arquiteto, poeta e instrutor, vem mostrar suas experiências de estrada através de um BLOG (cultural), intitulado
SABIMENTOS
(à son isnu...).
O blog vem mostrar um pouco das coisas que nos fazem e nos fizeram... de coisas que nos transformam cada dia mais em pessoas melhores e de bem com o mundo em que vivemos...
Este blog traz o dever de mostrar as coisas que SABEMOS, e que devemos saber, evidenciando a cultura e itens importantes do nosso cotidiano! ...principalmente do nosso folk (povo)!
À son insu (despercebidamente) é como as coisas nos vêm e se inserem em nossos adentros, formando nosso caráter e nossa cultura, onde, de alguma forma a transmitimos às pessoas em nosso redor!
Não há a finalidade de ser (ao menos em seu total) um blog "gaúcho" ou "gaucho"...
crioulo! É um apunhado de coisas que lemos, escutamos, olhamos e que nos ficam guardados, “despercebidamente”! Ao se somarem formam nosso caráter e nossas ideologias!
Imagem exposta na "Sala Mariana"da inspetoria das filhas de Maria Auxiliadora - Porto Alegre, RS
NOSSA SENHORA DO MATE GAÚCHO
PADOEIRA DO MERCOSUL
Nossa Senhora do Mate Gaúcho (Maria Inês Rosnhiski)
“Nossa Senhora Gaúcha do Mate” ou “Nossa Senhora do Mate Gaúcho”, ou ainda, "Nossa Senhora do Chimarrão" que atualmente é o título mariano que homenageia Maria, Mãe de Deus, como padroeira do Mercosul.
Sua devoção ainda é bastante restrita, particularmente à Província de Missões, na Argentina, Paraguai e ao Sul do Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina - oeste) . Um dos fatores para que a devoção não seja tão difundida pode ser o fato de que este título não está ligado a nenhum tipo de aparição ou milagre. Antes é muito mais uma homenagem prestada à Maria, Mãe de Jesus, por uma parte de seus devotos filhos.
Nossa Senhora Gaúcha do Mate quer ser um título de integração das pessoas, de familiaridade e amizade, valores simbolizados pelo mate gaúcho e pelo desejo de união dos países do Cone-Sul.
ORIGEM DA DEVOÇÃO
Esta devoção não teve origem em uma aparição ou um milagre proclamado, ela nasceu para cristalizar o amor que os gaúchos das regiões dos pampas sentem pela Mãe que os acompanham na vida diária. Há muito tempo eles invocam Nossa Senhora Gaúcha do Mate, desde o raiar do sol quando começam a tomam mate. Neste momento tornando-a presente nas suas mente e coração, ganham força na fé e se sentem muito melhor.
OS TÍTULOS DE “GAUCHA” E DO “MATE”
Cidade dos Apóstolos, Missões, Argentina
Gaúcha é uma palavra que significa pessoa nobre e generosa, usado para identificar os povos originários das planícies dos Pampas do sul da América do Sul. Mate é uma infusão obtida com as folhas da planta 'ilex paraguayensis', amplamente consumida pelas famílias da Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile e do sul do Brasil. Cada localidade tem sua particularidade na hora do preparo e consumo. Neste ritual, a exemplo do chá, se expressa o símbolo da família, amizade, encontro e partilha, entre irmãos e amigos, que fortalece e cria novos vínculos. É uma celebração plena de conteúdo humano, cristão e muito regional.
MOVIMENTO PARA O RECONHECIMENTO JUNTO A SANTE SÉ
A invocação à Virgem Gaúcha do Mate é quase tão antiga quanto este ritual. Por isto um grupo de leigos e os padres salesianos da província argentina de Missões, liderados pelo sacerdote Domingos Lancelotti, encabeçaram um movimento junto à Santa Sé a fim de obter o reconhecimento à essa nova devoção mariana. João Paulo II, fervoroso devoto da Virgem, visitou oficialmente a Argentina em 1982 e 1987. Nas duas ocasiões foi fotografado tomando mate e presenteado com muitos mates e cuias para apreciá-lo. Também recebeu importantes testemunhos favoráveis à devoção de Nossa Senhora Gaúcha do Mate como evangelizadora e reflexo da cultura deste pedaço da América.
O movimento ganhou novo impulso em 1989, quando a Conferência Episcopal da Argentina reassumiu sua gestão direta da Igreja Nacional situada na Cidade Eterna. Nas festividades do Natal de 1992, uma comitiva vinda da Argentina entregou ao Papa João Paulo II alguns presentes típicos da região dos pampas. Dentre eles estava um quadro com a cópia da imagem de Nossa Senhora Gaúcha do Mate venerada pela população. A obra original é da artista Maria Inês Rosnhiski uma marista que, inspirada na devoção, representou Maria com roupas comuns e simples, com o cotidiano gesto de servir um mate junto ao braseiro
O RECONHECIMENTO E
A DEFINIÇÃO DO TÍTULO
No dia primeiro de maio de 1993, o núncio apostólico argentino recebeu um documento escrito e assinado pelo mesmo Papa, para ser entregue ao padre salesiano Domingo Lancelotti, em que se lê: 'De todo coração outorgamos a implorada benção apostólica, sob os auspícios de Nossa Senhora Gaúcha do Mate'. A mensagem transmitida por essa devoção é de unidade, de família, de fraternidade de amizade, de encontro. A fraternidade entre os povos será um dia a única via indispensável para encurtar suas distâncias, indiferenças, preconceitos e individualismos. Será a Mãe e Padroeira de todos os povos que reunirá todos os seus filhos. Nossa Senhora Gaúcha do Mate está plena desta atualidade como portadora dos desejos de solidariedade e paz entre os homens de boa vontade.
A PADROEIRA
DA ERVA MATE E DO MERCOSUL
O quadro original da imagem foi entronizado na igreja da Cidade dos Apóstolos da província das Missões , na Argentina. Sua festa é celebrada na abertura da Exposição anual da Erva Mate, que ocorre sempre na primeira quinzena de julho nesta cidade. Na solenidade de 1994, ela foi proclamada 'Padroeira da Erva Mate' e uma estátua esculpida em madeira, conforme a original, colocada em uma gruta de pedra ao lado do pavilhão de exposições.
Além disto, em 1998 durante a Reunião dos representantes dos países que integram o Mercosul, por expressa solicitação dos cônsules da Argentina, Paraguai e do Brasil foi proposta Nossa Senhora Gaúcha do Mate como 'Padroeira do Mercosul'.
Dia 14 de Maio (Sábado), às 21 horas, no Anfiteatro do Colégio ULBRA Cristo Redentor (Av. Inconfidência, 1231 – Marechal Rondon - Canoas) será realizado um Espetáculo Musical Nativista com JAIRO LAMBARI FERNANDES, considerado um dos melhores intérpretes da história dos festivais nativistas.
Ingressos Antecipados já a venda por R$ 10,00 na PLANETA ANIMALPet Shop, Clínica Veterinária e Hotelaria (Av. Santos Ferreira, 1279 – 3427.2880) e na MOKAArtigos Regionais (Av. Boqueirão, 638, com entrada também pela rua Major Sezefredo – 3425.1212).
Enquanto todo Brasil se consientiza que o caminho é o regional como forma de difundir a cultura nacional, principalmente neste período pré-copa e a escolha das sub-sedes, os canoenses procuram outras formas culturais para desviar a atenção.
Penso que se canoense fossem, Cãmara Cascudo não teria a afirmação sua obra pelo descrédito e Ariano Suasuna não teria deflagrado o Movimento Armorial por falta de apoio e por ser um movimento extremamente regional.
E se Bob Dylan (que canta o folk americano), tivesse nascido com sotaque tchê não ultrapassaria o Gravataí com seu talento, pois a dificulde de valorizar é tamanha, deveriam conhecer valores regionais que dirigiram a sua obra com músicas de protesto, artistas como João Chagas Leite, João Sampaio. Até mesmo o cantor símbolo das missões Pedro Ortaça que cantou no Fórum Social Mundial, foi empurrado guela a baixo na Semana Farroupilha.
Como diz o prefeito em seu afã de transformar Canoas na capital do tradicionalismo, que "Canoas é feita de pessoas advindas do interior", interioranos de origem, gerados possívelmente crias do exôdo rural, da dificuldade do campo, não foram sempre urbanos como pensam e que dão respostas do que gostam a cada Semana Farroupilha ou em cada uma das mais de 38 entidades tradicionalistas de Canoas.
O papa Bento 16 proclamou beato seu antecessor, João Paulo 2º, em uma solene cerimônia realizada na praça de São Pedro, no Vaticano, neste domingo (01). Cerca de um milhão de pessoas de todo o mundo participaram da celebração católica, informou a polícia de Roma.
João Paulo 2º foi proclamado beato às 10h38 (5h38 em Brasília), enquanto os presentes na Praça de São Pedro e nas ruas e praças adjacentes romperam em aplausos que duraram vários minutos, enquanto soava uma música sacra. A beatificação é a etapa anterior à canonização.
O MINHA QUERÊNCIA LEMBRA A TODOS DA VINDA DO PAPA JOÃO PAULO II À PORTO ALEGRE EM 1980, QUANDO O CTG BRAZÃO DO RIO GRANDE APRESENTOU PARA O PAPA.