domingo, 28 de abril de 2013

GILDINHO É O PATRONO DOS FESTEJOS FARROUPILHA 2013



GILDINHO É O PATRONO


DOS FESTEJOS FARROUPILHAS 2013




Nésio Alves Corrêa, mais conhecido por Gildinho, nasceu no interior de Soledade (RS), no dia 18 de janeiro de 1942. Foi criado numa família humilde e numerosa. Morava no campo, ajudando os pais nas lidas campeiras. Muito cedo ficou órfão de pai e aos 15 anos já arranhava uma gaita nos saudosos bailes de candeeiro para onde ia sempre a cavalo. A sua primeira acordeona foi comprada em troca de duas cabeças de gado e uma guaxa.
Em 1961, Nésio deixou a família, a vida no interior de Soledade e foi embora para Erechim (RS) em busca do sonho de se tornar músico profissional. Lá conheceu amigos e iniciou a sua carreira tocando nos programas de rádio, de auditório, como o “Amanhecer no Rio Grande”, pela Rádio Difusão, e mais tarde, o “Assim Canta o Rio Grande”, pela Rádio Erechim. E foi no rádio, devido ao seu favoritismo pelas músicas de Gildo de Freitas, que recebeu o nome artístico de Gildinho. Com a audiência dos programas, Gildinho começou a animar pequenos bailes na região.
Gildinho passou a liderar um dos grupos que se tornaria mais tarde uma referência na música regionalista gaúcha. De ritmo animado, marcante, a música fandangueira do grupo passou a conquistar admiradores e ficar conhecida como “O tranco d´Os Monarcas”. Os Monarcas são um dos poucos conjuntos que preservam a autenticidade da música tradicionalista gaúcha e também de maior longevidade, 40 anos de história.
Além disso, o grupo foi agraciado com cinco discos de ouro e um DVD de ouro; e gravou 36 trabalhos. No entanto, a maior conquista tem sido manter a formação com um grupo sólido e talentoso, com artistas implacáveis. A cada etapa da carreira, a família Os Monarcas aumenta o número dos integrantes e mostra porque está entre os maiores grupos de música tradicionalista gaúcha.
Em maio de 2005 o grupo realizou uma turnê nos Estados Unidos para encontrar gaúchos saudosistas e também mostrar aos norte-americanos a música tradicionalista do Sul do Brasil. Os Monarcas apresentaram-se no Clube Lido, em Revere (Boston) e no CTG Distante da Minha Terra, em Newark (Nova Jersey).
Em 2011, a cidade que adotou Gildinho o presenteou com o convite de ser, junto com o irmão Chiquito, homenageado especial na Feira do Livro. Além disso, teve a satisfação de participar do lançamento do livro “Homens de Sucesso – A história de Chiquito e Gildinho” e no momento vive momentos de emoção acompanhando a finalização do filme “Os Monarcas”, que contará toda a trajetória de sua vida e carreira.
No ano de 2013, a comissão estadual escolheu Gildinho para ser o patrono dos festejos farroupilhas do RS por sua trajetória que honra a musicalidade regionalista do estado, suas atitudes, personalidade e carisma com o público. Gildinho, que já conquistou a Medalha do Mérito Farroupilha, Troféu Guri e indicações a prêmios nacionais, como o Sharp, juntamente com Os Monarcas, também figurou entre os grupos musicais mais lembrados pelos gaúchos, segundo pesquisa da Revista Amanhã.  Agora ele se junta ao elenco de homenageados como Luiz Menezes, Paixão Cortes, Nico Fagundes, Wilmar Winck de Souza, Telmo de Lima Freitas, Rodi Borghetti, Alcy Cheuiche e Nilza Lessa.

Voz Nativa Comunicações

QUINTA DOS PAJADORES NO ESTÂNCIA - CTG ESTÂNCIA DA AZENHA


EU SOU BAGUAL - JOCA MARTINS




ARTE OU TRADIÇÃO?

Até onde, em nome da tradição podemos criticar um trabalho profissional de um dos maiores nomes da cultura gaúcha?
Usamos o exemplo de Joca Martins (que seu trabalho não é ligado oficialmente ao MTG), que num clipe, editado pela RBS TV, na cidade de Santana do Livramento onde uma música, que á tempos fora  lançada dentro da página nativista do Rio Grande do Sul e já há muito tacada pelas rádios, se torna alvo de polêmica por tradicionalistas vinculados ao MTG, reclamando de termos usados na música.
Lembramos para quem viu e para quem não conhece que veja agora. Que desde o cenário, todo gravado em Santana do Livramento, os instrumentos, o ritmo, uma mistura de milonga com cumbia (estilão de fronteira), os termos e gestos e também os personagens e lugares pitorescos descritos pelo poema da música são relacionados ao meio, ao lugar. Ou seja, um trabalho totalmente regional com um típico universo fronteirista, se torna um alvo de críticas e polêmicas.
Temos tantas outras músicas dentro do Rio Grande com duplos sentidos e até mesmo bagaceiras mais ofensivas, colocando o gaúcho como centro de anedotas e elas são tocadas nos bailes das entidades.
Por isso peço que revejam seus conceitos, pois cercear o trabalho de um artista de expressão como Joca Martins é no mínimo é uma atitude não muito inteligente.

sábado, 27 de abril de 2013

CD CORAÇÃO DE MINHA GENTE EM CD - DIEGO MÜLLER E ÉLON PÉRICLES



O CORAÇÃO DE MINHA GENTE EM CD!!!

O CD Coração da Minha Gente,  do poeta e músico canoense Diego Muller e do interprete premiadíssimo dos festivais nativistas Érlon Péricles, está em fase de finalização, a previsão para o fim de maio e início de junho o trabalho  estará na praça, como diz Diego Müller  "Coração da minha gente", com temas de sotaque nascido da terra vermelha, brotado dos galpões de chão batido e batizados nas águas dos nossos rios guaranis, beirando selvas antigas e ainda vivas... tudo com a simplicidade do nosso interior e com a gana que os nossos anteriores possuíam!


(Crédito para as fotos, locadas nas Barrancas do Rio Uruguai durante o Festival da Barranca-2013, do grande Emílio Pedroso e assessoria de Roger Lerina - diretamente da Zero Hora para o mundo).





CD CORAÇÃO DA MINHA GENTE
- Diego Müller e Érlon Péricles -
(gravações originais)


01- Namoro de gato
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Érlon Péricles)
Vaneira – Érlon Péricles

02- Desnucando a oito-soco
(L: Diego Müller/Binho Pires/M: Érlon Péricles)
Vaneira – Érlon Péricles

03- Entre el río y el arenal
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Érlon Péricles)
Chamamé – Shana Muller

04- Ranchito
(L: Diego Müller/João Sampaio/ M: Érlon Péricles)
Valseado – Ângelo Franco Angelo Franco

05- Na moda do Reduzino
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Elton Saldanha/Érlon Péricles)
Chamarra – Érlon Péricles

06- Cajoneando
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Érlon Péricles)
Candombe – Érlon Péricles e Pirisca Grecco

07- Do Passo ao Rincão da Raia
 (L: Diego Müller/M: Érlon Péricles)
Queromana tropeira – Érlon Péricles

08- Do cimo da serra
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Érlon Péricles)
Chamarra – Érlon Péricles

09- Com a cordeona nas mãos
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Érlon Péricles)
Chamamé – Érlon Péricles

10- Loco véio
(L: Diego Müller/Binho Pires/M: Érlon Péricles)
Chote – Ita Cunha

11- De la raza chamamecera
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Elton Saldanha/Érlon Péricles)
Chamamé – Daniel Torres

12- Olarai do litoral
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Caio Martinez/Érlon Péricles)
Olarai – Caio Martinez

13- Sentinela do rincão
(L: Diego Müller/Binho Pires/M: Érlon Péricles)
Milonga – Érlon Péricles

14- Coração da minha gente
(L: Diego Müller/João Sampaio/M: Érlon Péricles)
Chamarra – Ângelo Franco






quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

SINUELOS DA QUERÊNCIA - DIEGO MULLER



DIEGO MULLER

Um pouco de infancia...
...e de dança!




Passei uma das semanas passadas toda (principio de semana) escutando vinis antigos dos quais me trouxeram vários sentimentos, porquês e lembranças. Isso associado e minha ida ao rodeio de Caxias de 2013 (cidade que fazia um ano do qual não conseguia subir para rever meus amigos - e estava com saudade de todos), onde na volta conversei muito com meu colega de viagem, Arévalo Almeida (originário de um meio dito de enart), com o tema totalmente em cima das danças gaúchas e do nosso meio dito tradicionalista, onde esses fatos me inspiraram a estas palavras...
...Me recordo, em minha infância, da qual em vez de brincar de carrinhos, De skate, de futebol e tantas coisas comuns a uma pessoa comum (hehe), todas minhas diversões principais eram baseadas em coisas rurais e do meio da dança e do espetáculo gaúcho. Imitações de ensaios, de shows, construção de parque de rodeios, apresentações, gauchadas, tiros de laço, gineteadas e tudo mais... Chegando até a organizar regulamento de rodeios com minhas próprias normas e idéias. Coisa de criança viciada da qual viu isso a vida toda. E vez de escutar rock nacional e gaúcho, minha audição se resumia a passar os vinis de Noel Guarany, Paixão cortes e de Inézita Barroso para cassete onde eu podia os escutar em meu quarto, enquanto desquilava um tento para fazer crus barbicachos para meus chapéus, coldres para algum futuro revolver, bombas de taquapis, isqueiros de fuzil, passadores de chifres e bainhas para facas e facões. Nessa mesma época que levei os primeiros trabalhos de Luiz Marenco, de Jorge Guedes e Joca |Martins, além dos já clássicos temas de Noel Guarany, aos meus colegas de mirim, de juvenil e, a posterior, de um grupo adulto. Nem todos aceitavam esses fonógrafos, mas hoje certamente inserido em suas culturas musicais!                                               
Minhas tardes, em vez de seção da tarde, eram animadas por fitas de vídeos do fegart 93, de farroupilha, onde eu sabia de cor as apresentações do Ctg Os Serranos, melhor grupo que já vi dançar, ensinado por meu mestre Rui arruda, imitando até os sapateiros, entradas, saídas e danças (queromaninha, fandango, gralha azul, etc e etc). Tempo clássico que não volta mais. Estava lá sentado assistindo e sei o quanto essa apresentação mudou minha vida! Isso por eu já ter vindo de um meio totalmente artístico: Comecei a caminhar vendo os ensaios do Tropeiros da Tradição (antigo), dentro do próprio Brazão, convivi com Terson Praxedes, meu amigo, do qual sempre gosto de falar sobre dança e cultura! Vi o Eri Assenato dar aula de danças no Brazão, isso em 91. Freqüentei pia os últimos mobrais, assisti o Xarope a dançar sua famosa chula, ouvi causos sobre Norton Do Carmo mago da dança), brincava na casa do Ronaldão, dançarino dos Muuripás... Tudo isso quando meus pais (tri campeões do estado) dançavam ainda nos primeiros eventos em farroupilha, onde, pra completar, tinha meu padrinho de nascimento Celso Luz da Costa (O Celsão), ex dançarino na época dos Gaúchos, como instrutor desse grupo, dentre outros. Depois veio o fegart e eu sempre lá. Ultimo fegart e primeiros enarts dai como dançador de chula, tenteando implantar o que eu pensava (sem resultados, obvio)! 92 em Vacaria acompanhei de perto toda a revolução que a dança teve, principalmente pelo livro da carta de vacaria ter sido organizado dentro do Brazão. Revolução essa vinda já do fenart 91, que hoje muitos se olvidam. Vi bem de perto o barbicacho e o minuano, seguido pelo Porteira do Mola e dos grupos do Ramiro, matando a pau. Não menosprezo os outros grupos e as outras escolas, mas somente esses mexeram comigo. Só esses me emocionaram e fizeram minha memória. Vi bem como esse modo de dança entrou no RS e em nosso Ctg Brazão do Rio Grande, e se outras pessoas quiserem mentir, nosso ctg tem memória e poderá desmentir a qualquer hora... Por isso forçamos os diretores da entidade, a posterior (98), a trazer um dos que criou esse modo de dançar (que nada mais era do que apenas seguir o que o Paixão dizia, e ainda diz), tendo como nosso instrutor o Rui Arruda Antunes, meu instrutor a 16 anos já... 

Não aprendi a usar bombacha, não nasci usando bombacha... Aprendi a saber de onde vem a bombacha e ainda mais quis vesti-lá depois de saber a historia que existe por traz dela. É um orgulho! Não uma fantasia e uma norma! É um relato de nações e povos! Isso em tudo!
Bom...
Essa foi minha infância, essas eram minhas brincadeiras. Hoje reestudei uns vinis do Paixão, e para surpresa sabia de cor todas as letras e musicas, clássicos que muitos contestam, mas deu ao Paixão o prêmio de melhor interprete de folclore do nosso país. Como seria diferente?... eu gostar de outra coisa, eu seguir outros rumos, defender outras bandeiras, militar por outras culturas e outros modos sociais de ver o povo? 
Como conseguir não estar a frente de grupos de danças, mostrando minha visão e aprendizado, e não estar defendendo os meus?

Como conseguir estar apartado do folk, não gostar do terrunho, do simples? Como não se arrepiar com o folclore?
Esse era meu destino e é... Na infância ele já se moldou assim, e não foi por acaso.
Em vez de ver livros de pintar e de colar, minhas leituras (leigas pra época) eram Fernando Assunção, Paixão Côrtes, Carlos Vega, Barbosa Lessa, Jayme Caetano Braún, Rillo, Aureliano, Zeca Blau, etc e etc. obvio, Paixão cortes sempre como leitura predileta. Como não aprender? 
Em vez de fazer temas de casa eu colecionava quadrinhas folclóricas antigas (desde livros e danças açorianas, argentinas, vindo até Simões Lopes Neto e Augusto Meyer). 
Não é por acaso que o próprio Paixão tem um respeito enorme por minha família e meu CTG de origem, tanto que em muitas oportunidades pude estar com ele, aprendendo, ensinando, jogando conversa fora e conhecendo as pessoas com que ele aprendeu tudo.
Boas e eternas oportunidades das quais agradeço e retribuo da melhor maneira possível.
Hoje ainda tenho a dança como meu talento principal, porém divido meu gosto maior entre ela e a Musica, vindo também dessa mesma época... onde estar entre, ser amigo e ser parceiro de pessoa que jamais imaginei estar perto, é um motivo de estremo agradecimento e de aprendizado (principalmente aprendizado)! Meus temas falam de mim e de tudo que aprendi e vi (independente se vi ou aprendi pouco), junto a meus amigos rurais e os livros e culturas das quais absorvi. Tudo dos livros e vinis citados acima tentei ver "In loco", aprender e reescrever, devolvendo a um povo do qual não conhece e nem sabe de onde apareceu. As vezes me contestando e contestando as obras... Mas, paciência: a militância não é apenas de um dia e de uma obra... É de tempos até se chegar ao povo! Quase uma guerra!!!
Não me arrependo... 
Porém quando perguntam, quem é o Diego, quem é esse tal de Diego, tenho orgulho de dizer que tenho amigos que me defendem e dizem realmente o que eu fiz na minha infância (que era sim, uma brincadeira para mim, que hoje virou coisa seria e responsável), quem eu sou e de onde venho... Principalmente de onde eu venho!!! Sou isso, uma pessoa inserida no que defendo. Não sou ninguém... Porem, Sou o que aprendi apenas, nunca mais que ninguém, e nem menos!!! Sou um gaúcho, não um dançarino ou alguém de Ctg, para se contestar estilo, modelo de bombacha que uso, tamanho de lenço, solado de bota, etc! Não sou fantasia: sou o meio! 

Não tenho ganas de sucesso ou de fama... Muito menos de grandes fortunas... Mas sempre levarei o que penso adiante, pondo o nome dos meus em primeiro plano! 
 Levantarei essa bandeira sempre, sem me importar com imagens (mentirosas) ou simbologias criadas para maquiar o que foi! Levarei o verdadeiro e cru! 
Esse é meu destino: como cerne, sem atenção exagerada a casca!!!

Bom dia a todos!!!...
...E deem cultura a seus filhos!!!

Diego Müller - Canoas, Chácara Barreto - Janeiro de 2013


sexta-feira, 5 de abril de 2013

PROGRAMA FOGO DE CHÃO - 07/04/2013


CHASQUE DA ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA









A Estância da Poesia Crioula tem a Honra de anunciar os resultados do  2º Concurso de Poesia Gauchesca  Jayme Caetano Braun e 2º Concurso de Causo Gauchesco Apparicio Silva Rillo. A premiação ocorrerá em Porto Alegre, no mês de abril de 2013,
em data e local a serem confirmados  e previamente informados.A Academia Xucra do Rio Grande agradece a participação de todos e reforça o convite para continuarem
prestigiando seus eventos culturais.



2º CONCURSO DE POESIA GAUCHESCA
JAYME CAETANO BRAUN

1º Lugar: “Um poema a guitarra alheia”

Autor: Ubirajara de Freitas Lopes

Camaquã – RS


2º Lugar: “Charqueadas e Charqueadores”
Autor: Evilácio Saldanha
Porto Alegre – RS

3º Lugar: “Chasque ao Patrão Celestial”
Autores: Sebastião Teixeira Corrêa e Alberto Salles
Caxias do Sul – RS

4º Lugar: “Taperas”
Autor: Élson Lemos
Guaíba – RS

5º Lugar: “Cavalinho de Pau”
Autor: Milton Souza
Porto Alegre – RS

Comissão Avaliadora:
 Léo Ribeiro de Souza, Wilson Tubino e Danci Ramos


2º CONCURSO DE CAUSO GAUCHESCO
APPARICIO SILVA RILLO

1º Lugar: “Quando Terêncio levou a Zaina no veterinário ”
Autor: Luiz César Soares
Gravataí – RS

2º Lugar: “Ficção na madrugada gaúcha”
Autor: Flávio Luiz Stein Garcia
Canoas – RS

3º Lugar: “Sem Sangue – O Degolador”
Autores: Athos Ronaldo Miralha Cunha
Santa Maria – RS

4º Lugar: “Um Santo Campeiro”
Autor: Vitor Biasoli
Santa Maria – RS

5º Lugar: “Papai Noel dá em árvore”
Autor: César José Tomazzini Liscano

Viamão – RS

Comissão Avaliadora
 Darci Dárgen, José Machado Leal e Sidnei Azambuja

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A PILCHA FAZ O GAÚCHO?


A PILCHA FAZ O GAÚCHO?



Esta pergunta muitas vezes feita. Para responder esta indagação, temos que fazer uma reflexão: Será que um dos motivos do esvaziamento ou o crescimento de outras culturas em nossa terra não está atrelado aos custos? Será que para ser gaúcho é preciso estar de bota e bombacha diariamente? Ou até, vou mais adiante no raciocínio, está muito honeroso consumir a cultura regional (obras literárias, cds, indumentárias,  shows e bailes)?

Mas voltando ao foco, a pilcha faz o gaúcho? Andar pilchado diz ser mais ou menos gaúcho?

A carga da herança social que herdamos, não querendo ser pueril, mas tenho que lembrar que O tempo presente e o tempo passado, talvez ambos estejam presente no tempo futuro ( J. H. Elliot historiador e professor  americano), e isto tudo através da tradição, e nós? Temos estas ligações enquanto povo? Podemos pegar paises que comprovem isto como o Japão, a Rússia, a China e a Inglaterra, todos têm uma ligação secular com suas tradições, mas não existe um tradicionalismo (Apego às tradições. / Religião Sistema de crença que, no conhecimento da verdade, dá mais importância à revelação do que à razão, Dicionário Aurélio), este só existe no Rio Grande do Sul, onde também foi organizado o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e nos estados brasileiros ligados a Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha (CBTG). Esta tradição (Transmissão de doutrinas, de lendas, de costumes etc., durante longo espaço de tempo, especialmente pela palavra: a tradição é o laço do passado com o presente; é tradição deles festejar os aniversários. / Transmissão oral, às vezes registrada por escrito, dos fatos ou das doutrinas religiosas. / Costume transmitido de geração a geração: as tradições de uma região. / Dir. Entrega material de um bem móvel, objeto de uma transferência de propriedade, Dicionário Aurélio) está relacionado aos nossos usos e costumes, nosso folclore, sim pois o gaúcho não é folclore como programas humorísticos tanto enfatizam, o gaúcho tem folclore, como diz Telmo de Lima Freitas músico e poeta Ser gaúcho é uma filosofia de vida.

Mas a falta de incentivo à cultura regional estaria vindo da escola, principalmente na educação básica e ensino fundamental. Na Constituição Federal, o artigo 210 diz que: Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais..

Para frizar este artigo |Gilberto Freire (Sociólogo, antropólogo e escritor), afirma que: O único modo de ser nacional num pais de dimensões continentais como o Brasil é ser primeiro regional

Não sou favorável que a escola desenvolva o tradicionalismo, mas sim a cultura gaúcha, fazendo a base cultural para as entidades tradicionalistas, através de projetos, e falando nisso, quais os projetos culturais que estão nas escolas de seus filhos?

Para finalizar A pilcha faz o gaúcho? Os nossos usos e costumes, o legado deixado através de gerações, está acima de símbolos e ornamentos, temos que ter a consciência que toda herança cultural e moral esta acima de qualquer valor financeiro, o gauchismo não se explica, é um estado de espírito.

Nada mais universal que o folclórico, nada mais regional que o folclórico. São universais os elementos, são regionais as combinações. Pois o que confere fisionomia regional a cada região não é tanto a matéria regional, como o produto de suas especiais e singulares maneiras de superposição e mescla. (Paixão Cortes).