segunda-feira, 7 de março de 2011

EM TEMPO DE CARNAVAL, TU CONHECE O MAÇAMBIQUE?


Resolvemos postar um pouco da história do Maçambique, este ritmo religioso, negro, gaúcho e litorâneo, que necessita de uma pesquisa especial de músicos gaúchos, pois sua raiz litorânea é muito difundido regionalmente, e  que deve ser mais popularizado no RS, pois quando trazemos ritmos e modas de outros estados esquecemos  de pesquisar melhor o que temos de bom em nossa terra, tanto a música nativista como o cancioneiro popular, então vamos conhecer o maçambique... 
(José Luis Biulchi de Souza, professor e pesquisador e jornalista MTE/RS 14009)


O que é Maçambique

O Maçambique é uma manifestação Sócio-Cultural-Religiosa, criada pela raça negra com o intuito de preservar suas origens em ambientes diferentes do qual viviam na África há quase 400 anos. É uma manifestação popular autêntica e expontânea : Folclore puro.
Sua origem vem de um antigo reino em Angola, país da África, no século XVII, onde uma mulher de nome Nginga Nbandi (Ginga) que subiu ao trono e morreu na guerra em defesa de seu reino. Ela foi batizada com o nome de Ana de Souza, em 1622. A lembrança de sua existência venceu séculos, pulou mares e ainda hoje no Rio Grande do Sul mais exatamente em Osório, os fatos que eram história, viraram folclore.
O Maçambique é a representação da cerimônia de coroação da Rainha Ginga e do rei de Congo, tradição Africana.
 Em Osório devem ter chegado com os escravos que vieram trabalhar nas plantações de cana de açúcar. De lá para cá o que garante a perpetuação desta festa, é sua transmissão de geração a geração.
O Ritmo, o balanço, vieram junto da África, mas as danças, as roupas, as letras de suas músicas, em boa parte, foram criadas no Brasil, mais especificamente em Osório, quando ainda se chamava Estância da Serra. Se constituem de traduções e adaptações da língua Africana. Encontramos, nos versos, a forte influência da igreja, mas em alguns nota-se o desafio da irmandade negra em respeito a seu folclore, citamos um:
"Ah seu padre santo
Desça do altar
E venha receber
O Maçambique real."


O ritmo 

Ivo Ladislau e Carlos Catuípe que registraram o primeiro Maçambique (gênero musical), a princípio foi cogitado o nome de "congada", mas como este ritmo era característico só do litoral norte do Rio Grande do Sul, optou-se por Maçambique. Cléa Gomes (Mãe de Catuípe Jr), passou a ser a intérprete, dando um tempero todo especial.
O primeiro Maçambique em festival foi a música com nome "Aporte" na interpretação de Loma.
O gênero musical MAÇAMBIQUE começou a ser trabalhado nos festivais a quase 15 anos, pelas pesquisas de Ivo Ladislau e Carlos Catuípe, Durante alguns anos este gênero foi olhado pelos jurados e organizadores de festivais com desconfiança, confundido que foi, com os ritmos baianos. A Moenda, a Tafona e mais adiante o Musicanto foram os primeiros festivais a difundir e acreditar nesta renovação. Com tempo, compositores de peso como Beto Bollo, Kako Xavier,   Catuípe Jr., Marco Araújo, Heleno, Cardeal, Jerônimo Jardim, mais recentemente, se engajou no movimento e toda uma nova geração de músicos
A primeira maior vitória do Maçambique foi ter vencido o Musicanto dois anos seguidos (considerado por muitos o melhor festival do RS), com "Senhora Rainha Negra" e "Maçacaia" (Beto Bollo, Kako Xavier e Ivo Ladislau) abrindo as portas do maior festival da América Latina: Cosquin, na Argentina. Senhora Rainha Negra e Maçacaia foram apresentadas para mais de trinta mil Pessoas e por televisões da língua espanhola, com muito sucesso.
(Maçambique, site cantadores do litoral)




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