terça-feira, 29 de março de 2011

PARABÉNS AO CANTO MISSIONEIRO, PARABÉNS JAIRO REIS

O 4º Canto Missioneiro da Música Nativa, realizado de 24 a 27 de março, na Capital Missioneira, foi novamente um sucesso.

O festival é promovido pela prefeitura de Santo Ângelo, através da Secretaria de Cultura, Lazer e Juventude, com produção e coordenação artística da Gente Gaúcha Produções. Mais de mil pessoas lotaram o Teatro Antônio Sepp, nas quatro noites do festival, que tem entrada franca. Novamente o mau tempo na região não permitiu que a final acontecesse em frente a Catedral Angelopolitana, como nas duas primeiras edições.

No palco o que se viu foram obras de muito boa qualidade, executadas por músicos e intérpretes da primeira linha do nativismo.

No Canto Piá Missioneiro, a gurizada soltou a voz em boas interpretações, dando a certeza de que num futuro próximo teremos mais alguns cantores e cantoras de gabarito.

Era voz corrente entre os participantes que o Canto Missioneiro já figura entre os principais festivais do estado, mesmo estando apenas na quarta edição, opinião esta corroborada pelos profissionais dos 26 veículos de imprensa que cobriam o evento.

Os jurados do 4º Canto Missioneiro, Carlos Cardinal, Colmar Duarte, Elton Saldanha, Gabriel Ortaça e Marinês Siqueira, no entender da maioria, foram justos no seu veredito que apontou os seguintes destaques:

 RESULTADOS

 3º CANTO PIÁ MISSIONEIRO
Modalidade Mirim:
1º Lugar: Vitória Santana - São Gabriel
2º Lugar: Ruam Boscaini - São Grabriel 
 
Modalidade Juvenil:
1º Lugar: João Cócaro - Santo Angelo
2º Lugar: Lucas Raimundo - São Pedro do Butiá

 

4º CANTO MISSIONEIRO:
Primeiro Lugar:  Milonga para o Domador (Adair de Freitas)

Int: Adair de Freitas

Segundo Lugar: Catedral ( Lisandro Amaral/Guilherme Collares)

Int: Joca Martins

Terceiro Lugar: As Razões de Ser Assim (Binho Pires/Beto Liel)

Int: Grupo Alma de Galpão
Melhor Interprete: Joca Martins - Catedral
Melhor Instrumentista: Beto Liel (Harpa)  - As Razões de Ser Assim
Melhor Letra: Milonga Para o Domador
- Adair de Freitas
Melhor Arranjo: Catedral - Guilherme Collares/Lisandro Amaral
Melhor Tema Missões: As Razões de Ser Assim
Mais Popular: As Razões de Ser Assim
 

1º lugar Milonga para o domador - Adair de Freitas
 

 2º lugar Catedral - Joca Martins

GENTE GAÚCHA PRODUÇÕES
www.gentegauchaproducoes.blogspot.com

sábado, 26 de março de 2011

MINHA QUERÊNCIA DA ARTE, MÚSICA E POESIA CRIOULA - 6º APARTE


PELO MOTIVO DAS CHUVAS NO
 PARQUE EDUARDO GOMES,
O MINHA QUERÊNCIA
 DA ARTE, MÚSICA E POESIA CRIOULA
6° APARTE FOI ADIADO, 
ANUNCIAREMOS EM BREVE
 A NOVA DATA.

sexta-feira, 25 de março de 2011

MINHA QUERÊNCIA DA ARTE, MÚSICA E POESIA CRIOULA 6º APARTE


ATRAÇÕES CONFIRMADAS:

LUIS CANABARRO
TAPEJARA
RECUERDOS DE MILONGA
ALEGRETE
ARNALDO BAUER
FERNANDO ALMEIDA
SAMIR CURE
NATIVOS DO PAMPA
CLAITON ZIMERMAN E MARCO CAVALHEIRO
BEATRIS BARBIER
CIRO FERREIRA
TIAGO MACHADO
CORDAS E CORDEONAS
ROBSON PAINES (BINHO)
GRUPO TRILHA CAMPEIRA 

 
 Minha Querência da arte, música e poesia crioula 5º aparte

quinta-feira, 17 de março de 2011

AGENDA DO BAR ESTÂNCIA DE SÃO PEDRO


 BAR ESTÂNCIA DE SÃO PEDRO

AGENDA PARA OS PRÓXIMOS DIAS

DIA 19/03 (SÁBADO)
LEONEL GOMES

DIA 23/03 ( QUARTA)
RODRIGO MORALES

APARTIR DAS 22:30 À 00:00 SERÁ SERVIDO UM CARRETEIRO 
CORTEZIA PARA OS CLIENTES   

DIAS 31/03 (QUINTA) E 01/04 (SEXTA)
VOLMIR COELHO

DIA 02/04 (SÁBADO)
RAUL QUIROGA

DIA 07/04 (QUINTA)
RODRIGO MORALES  
E RICARDO FONTOURA  

DIA 09/04 (SÁBADO)
3º NOCHE DE LOS CANTARES 

DIA 14/04 (QUINTA) E 15/04 (SEXTA)
RANIERI SPOHR  
 

quarta-feira, 16 de março de 2011

23ª FECARS - SANTO AUGUSTO

23º FESTA CAMPEIRA 
DO RIO GRANDE DO SUL


CÉSAR OLIVEIRA E ROGÉRIO MELO EM CANOAS



Espetáculo Musical Nativista
César Oliveira & Rogério Melo

Dia 19 de Março (Sábado), às 21 horas, no Ginásio de Eventos do Colégio ULBRA Cristo Redentor (Av. Inconfidência, 1231 – Marechal Rondon - Canoas) será realizando um grande Espetáculo Musical Nativista com CÉSAR OLIVEIRA & ROGÉRIO MELO. Na abertura desta noite nativa, teremos um Espetáculo Instrumental com a harpista Beatris Krieser Barbier.

       Ingressos Antecipados já a venda por R$ 20,00 na PLANETA ANIMAL Pet Shop, Clínica Veterinária e Hotelaria (Av. Santos Ferreira, 1279 – 3427.2880); KON CERTUS (Bourbon Shopping Canoas – 3477.3765); SULINA Universitária (Campus da ULBRA/Canoas – 3477.4646) e na MOKA Artigos Regionais (Av. Boqueirão, 638, com entrada também pela rua Major Sezefredo – 3425.1212).

       Desconto Especial de R$ 5,00 para os 100 primeiros Ingressos Antecipados, ficando estes por R$ 15,00.

    Só serão vendidos ingressos para cadeiras e LIMITADOS. O ingresso na hora será R$ 25,00.

Observações:

- César Oliveira e Rogério Melo estarão neste sábado, 19, às 15 horas, realizando uma Sessão de Autógrafos na MOKA Artigos Regionais.

- A ITATI Água Mineral estará distribuindo gratuitamente ao público, água quente para o chimarrão, e gelada para saciar a sede.

- A segurança pessoal e de seu automóvel em frente ao colégio e ao longo da av. Inconfidência, entre as ruas São Pedro e São José, será feita por uma empresa de segurança.

Promoção e organização da CEZIMBRA Produções (51) 9736.6375 - www.paulocezimbra.com.br.

quarta-feira, 9 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES


SAGA

Um pouco a pé,
um pouco nas carretas,
cheguei até aqui com os pioneiros.
Vim desbravar um chão desconhecido.
Terra selvagem; mapa dividido
cortando a América, de sul a norte
(pobres despojos da caça abatida
que a avidez de Algarve e de Castela,
a dente e garra, repartia em dois.)

Depois ...
os ranchos de barro e taquara,
quincha de santa fé - casa e trincheira -
e os palanques cravados no chão novo
- marcas de posse, sinais de conquista.
As lavaredas dos fogões ao vento,
drapejando no ar novas bandeiras,
nessas planuras de perder de vista..



Num orago a imagem protetora
trazida de além-mar - santa e padroeira -
aos pés da qual rezei quando as estrelas
punham velas no altar do fim do dia.

Plantei a terra aberta pela enxada
pra o milagre do sonho e da semente.
Dei ternura e amor ao meu marido;
povoei com filhos a terra abençoada.
Partejei como os bugres meus filhotes.
Cada macho nascido outro gaúcho,
um ginete, uma lança, uma outra espada!

Cada fêmea arrancada do meu ventre
outra esquecida, nessa luta inglória
de ser mulher no amanhecer da história
escrita pelos homens, simplesmente.


Fui mulher e fui mãe,
fui curandeira,
fiz promessas, chorei,
benzi tormentas;
aprendi rezas pra amansar a morte;

cantei cantigas e curei feridas.
Com pão e vinho celebrei a vida
com os olhos no céu
tracei meu norte.


Com mil cruzes 
pontuei o meu passado,
ao enterrar os mortos pelas guerras
que mudaram fronteiras e tratados.

Na saga que vivi no continente,
se nome tive algum foi Ana terra.
Pois, como Anita, andei fazendo guerra,
mas não abandonei a minha gente
que fez deste rincão
pátria e querência.
Pra viver aqui o tempo inteiro,
anônima trilhei meu calvário
E desprezei o amor de Garibaldi
para ser mulher de Pedro Missioneiro.


As lágrimas
verteram meu desgosto,
mas o sorriso iluminou meu rosto
pra o amor que das penas nos redime.

Nas tempestades que enfrentei na vida,
se me vergaram ventos, eu fui vime;
permaneci em pé sem ser vencida.

Busco há duzentos anos o horizonte,
lutando sempre contra o preconceito
de ser mulher e de sentir no peito
amor por essa terra que é tão minha,
porque as vidas vivi - todas as que tinha -
pra conquistá-la e ter esse direito! 

COLMAR DUARTE

segunda-feira, 7 de março de 2011

9º BIVAQUE DA POESIA GAÚCHA - RESULTADO FINAL


POESIA:

1º Lugar: "Cruz de Cedro"
Autor: Rodrigo Bauer
Interprete: Pedro Júnior da Fontoura,
Amadrinhador: Clênio Bibiano da Rosa
2º Lugar: "Palanque"
Autor: Cristiano Ferreira Pereira
Intérprete: Zeca Pereira
Amadrinhador: Claudio Silveira
3º Lugar: "Porque Choram Inocentes"
Autor: Jorge Luis da Rosa Chaves
Intérprete:  Neiton Perufo
Amadrinhador: Juliano Moreno

DECLAMADOR:

1º Lugar: Romeu Weber
Poema:  "Ode as Mãos do Bem"
Autor: Vaine Darde
2º Lugar:  Wilson Araújo
Poema: "A Dor"
Autores: Cláudio Silveira e Cristiano Ferreira Pereira
3º Lugar:  Pedro Júnior da Fontoura
Poema: "Cruz de Cedro"
Autor: Rodrigo Bauer

AMADRINHADOR:

1º Lugar:  Raul Sartor Filho e Marcos Vinícius Pinto
Poema: "Do Outro Lado do Rádio" (Vinícius Nardi)
2º Lugar: Clênio Bibiano
Poema: "Cruz de Cedro"(Rodrigo Bauer)
3º Lugar: Lenin Nuñes
Poema:  "Ode as Mãos do Bem"(Vaine Darde)

CURSO DE FERRAGEAMENTO

Dia 12 próximo estaremos organizando um curso de ferrageamento promovido pelo Instituto  Cavaleiros Farroupilhas, ali no parque do Harmonia.
Caso tenha o interesse em participar, peço que confirme a sua vaga o quanto antes.
Será uma satisfação contar com a sua presença.

EM TEMPO DE CARNAVAL, TU CONHECE O MAÇAMBIQUE?


Resolvemos postar um pouco da história do Maçambique, este ritmo religioso, negro, gaúcho e litorâneo, que necessita de uma pesquisa especial de músicos gaúchos, pois sua raiz litorânea é muito difundido regionalmente, e  que deve ser mais popularizado no RS, pois quando trazemos ritmos e modas de outros estados esquecemos  de pesquisar melhor o que temos de bom em nossa terra, tanto a música nativista como o cancioneiro popular, então vamos conhecer o maçambique... 
(José Luis Biulchi de Souza, professor e pesquisador e jornalista MTE/RS 14009)


O que é Maçambique

O Maçambique é uma manifestação Sócio-Cultural-Religiosa, criada pela raça negra com o intuito de preservar suas origens em ambientes diferentes do qual viviam na África há quase 400 anos. É uma manifestação popular autêntica e expontânea : Folclore puro.
Sua origem vem de um antigo reino em Angola, país da África, no século XVII, onde uma mulher de nome Nginga Nbandi (Ginga) que subiu ao trono e morreu na guerra em defesa de seu reino. Ela foi batizada com o nome de Ana de Souza, em 1622. A lembrança de sua existência venceu séculos, pulou mares e ainda hoje no Rio Grande do Sul mais exatamente em Osório, os fatos que eram história, viraram folclore.
O Maçambique é a representação da cerimônia de coroação da Rainha Ginga e do rei de Congo, tradição Africana.
 Em Osório devem ter chegado com os escravos que vieram trabalhar nas plantações de cana de açúcar. De lá para cá o que garante a perpetuação desta festa, é sua transmissão de geração a geração.
O Ritmo, o balanço, vieram junto da África, mas as danças, as roupas, as letras de suas músicas, em boa parte, foram criadas no Brasil, mais especificamente em Osório, quando ainda se chamava Estância da Serra. Se constituem de traduções e adaptações da língua Africana. Encontramos, nos versos, a forte influência da igreja, mas em alguns nota-se o desafio da irmandade negra em respeito a seu folclore, citamos um:
"Ah seu padre santo
Desça do altar
E venha receber
O Maçambique real."


O ritmo 

Ivo Ladislau e Carlos Catuípe que registraram o primeiro Maçambique (gênero musical), a princípio foi cogitado o nome de "congada", mas como este ritmo era característico só do litoral norte do Rio Grande do Sul, optou-se por Maçambique. Cléa Gomes (Mãe de Catuípe Jr), passou a ser a intérprete, dando um tempero todo especial.
O primeiro Maçambique em festival foi a música com nome "Aporte" na interpretação de Loma.
O gênero musical MAÇAMBIQUE começou a ser trabalhado nos festivais a quase 15 anos, pelas pesquisas de Ivo Ladislau e Carlos Catuípe, Durante alguns anos este gênero foi olhado pelos jurados e organizadores de festivais com desconfiança, confundido que foi, com os ritmos baianos. A Moenda, a Tafona e mais adiante o Musicanto foram os primeiros festivais a difundir e acreditar nesta renovação. Com tempo, compositores de peso como Beto Bollo, Kako Xavier,   Catuípe Jr., Marco Araújo, Heleno, Cardeal, Jerônimo Jardim, mais recentemente, se engajou no movimento e toda uma nova geração de músicos
A primeira maior vitória do Maçambique foi ter vencido o Musicanto dois anos seguidos (considerado por muitos o melhor festival do RS), com "Senhora Rainha Negra" e "Maçacaia" (Beto Bollo, Kako Xavier e Ivo Ladislau) abrindo as portas do maior festival da América Latina: Cosquin, na Argentina. Senhora Rainha Negra e Maçacaia foram apresentadas para mais de trinta mil Pessoas e por televisões da língua espanhola, com muito sucesso.
(Maçambique, site cantadores do litoral)




CONHEÇA O SITE WWW.CANTADORESDOLITORAL.COM.BR

domingo, 6 de março de 2011

JARDER LEAL LANÇA O CD DEPOIS DOS MATES




Jader Leal, um artista que se lança no mundo nativista em seu primeiro trabalho, já diz a que veio quando se identificam seus parceiros. Com gravação de Erlon Péricles e produção de Fabrício Harden, Depois dos Mates merece uma audição especial. Em suas interpretações e arranjos, Jader se mostra mais urbano, contrabalançando sua vivência diária na cidade com toda a ligação do nativismo com o interior. "Que Saudade Que Dá", "Bem Gaúcho, Deu Pra ver" e "Pra o Acalanto das Horas" valem como bons exemplos.

PROGRAMA FOGO DE CHÃO

quarta-feira, 2 de março de 2011

FESTEJOS FARROUPILHAS 2011


FESTEJOS FARROUPILHAS 2011

TEMÁRIO “NOSSAS RAÍZES”


O temário proposto para os Festejos Farroupilhas 2011 foi aprovado pela Comissão Estadual, no mês de dezembro de 2010 e homologado pelo Congresso Tradicionalista Gaúcha, do MTG, em janeiro de 2011.
A proposta é bastante abrangente e tem como objetivo explorar a história do Rio Grande do Sul e buscar, em alguns episódios e períodos, indicadores da identidade do povo gaúcho. Rebuscar a história e retirar dela os aspectos que melhor retratem a formação sócio-cultural do nosso Estado é tarefa que não se esgotas nesse ano de 2011, mas haverá de nos ajudar a entender um pouco mais a nossa identidade cultural regional.
Cada município do Estado ou cada microrregião poderá aprofundar um ou mais tópicos entre os que estão sendo propostos neste temário. Esse aprofundamento se dará em função da característica local, especialmente pela predominância ou influencia maior de uma ou de outra etnia. Para bem desenvolver a idéia de explorar as raízes da formação sóciocultural do gaúcho sul-rio-grandense foram selecionados os seguintes momentos da nossa história:

1. OS JESUÍTAS 
NO TERRITÓRIO GAÚCHO

As reduções jesuíticas constituídas entre 1626 e 1641. A introdução do gado pelos Pe. Cristovão de Mendonça e Pedro Romero, o que resultou nas vacarias do Mar e dos Pinhais, além do uso do cavalo na lida campesina.
A ação dos Bandeirantes apresando índios reduzidos e expulsando os Jesuítas.
Mais tarde, com o retorno dos jesuítas ao território temos a formação dos Sete Povos das Missões. Deste segundo momento podemos explorar a questão da religiosidade, da expansão da erva-mate, as esculturas e a música (1682 a 1756).
Importante estudar a Guerra Guaranítica (1754-1756) e suas consequencias.

2. A TERRA DE NINGUEM

O período compreendido entre a chegada dos jesuítas e a chegada dos portugueses caracterizou-se pela ausência de governo, de regramento e de organização mínima daquela “sociedade” que começava a aparecer, com predomínio da exploração do gado e o comércio do couro. Surge aí o tipo humano denominado “gaudério”, depois batizado de gaúcho. Foi nesse período que os portugueses instalaram a Colônia do Sacramento (1680), às margens do Rio da Prata e intensificou-se a movimentação de tropas entre Laguma e o Sacramento, especialmente pelo litoral.
Surge, no cenário, Cristóvão Pereira de Abreu que é considerado o primeiro tropeiro. Esse tropeiro abre o primeiro caminho para levar tropas de gado e mulas do Rio Grande do Sul para a Província de São Vicente, hoje São Paulo. Era o início do tropeirismo.

3. FUNDAÇÃO DA PROVÍNCIA

A província de São Pedro do Rio Grande do Sul começa a tomar forma com a chegada de Silva Paes e a fundação de Rio Grande (Forte Jesus-Maria-José) – 1737; Aprofunda-se a iniciativa portuguesa de ocupação do território (também reivindicado pelos espanhóis) com a distribuição de sesmarias e a organização das estâncias. É a partir daí que são plantadas as bases sociais e econômicas do Rio Grande do Sul.
Depois de Rio Grande, foi fundado Rio Pardo e, ali, surge a figura de Rafael Pinto Bandeira e sua atividade militar na defesa do território contra as invasões castelhanas: Rio Pardo, a tranqueira Invicta.

4. OS AÇORIANOS 
E A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE

O tratado de Madri (entre Portugal e Espanha) previa a troca da colônia do Sacramento pelos sete Povos das Missões, o que resultou na Guerra Guaranítica.
Os portugueses planejaram ocupar as Missões com casais de açorianos e implantar na região uma espécie de colônia agrícola.
Os açorianos chegaram a partir de 1751 e não puderam ser enviados para as Missões em função da Guerra, permanecendo na região litorânea e nas proximidades do Porto do Dornelles, fundando o Porto dos Casais, hoje Porto Alegre, a Capital do Estado. Eles ocuparam, também, as margens dos rios Jacuí e Taquari, fundando cidades como Triunfo e São Jerônimo.
A agricultura ganhou impulso com os açorianos que se dedicaram ao cultivo de culturas como o trigo, milho e feijão. Os açorianos influem muito na implantação da cultura da família (a clã), até aquele momento praticamente desconhecida pelos habitantes que lidavam com o gado numa vida sem paradeiro.
Dos açorianos temos muito das nossas músicas, danças, culinária, fé religiosa e modo de vida.

5. ÉPOCA DAS CHARQUEADAS 
(1780 – 1840)

A lida com o gado ganha um ingrediente importante a partir das
charqueadas. Essa foi a primeira e mais importante indústria do Estado. Por largo período o Estado teve nas charqueadas seu motor econômico mais significativo.
É no período das charqueadas que o uso dos rios e lagos como meio de transporte ganha impulso, especialmente entre Porto Alegre e Pelotas.
A economia passa a depender da força de trabalho dos negros escravos trazidos para as charqueadas. Foi um período de grande crescimento econômico, especialmente de Pelotas e Rio Grande, mas também foi o período triste se analisado do ponto de vista humanitário ou do direito natural dos homens. Os negros foram tratados como simples animais nas charqueadas.

6. A ORGANIZAÇÃO 
ADMINISTRATIVA DA PROVÍNCIA

Em 1807 foi criada a Capitania de São Pedro abrangendo todo o território ao sul da Capitania de São Paulo.
Em 1809 chega o primeiro governador, D. Diogo Martim Afonso de Soza Teles de Menezes, com o que a província de São Pedro do Rio Grande do Sul ganha uma administração própria. Sob o ponto de vista da administração pública, esse é o momento em que o Estado adquire autonomia.
Surgem, em 1809, os primeiros quatro municípios: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antonio da Patrulha.
A partir da organização administrativa da Província, a Capital, Porto Alegre, se desenvolve e começa a ganhar contornos de modernidade com o surgimento de prédios e de uma arquitetura própria.
Outro episódio importante daquele primeiro quarto do século XIX, é o desaparecimento da Província Cisplatina e o surgimento do Estado Oriental do Uruguai (1828). Destaca-se para isso a Guerra da Cisplatina. O episodio mais significativo dessa guerra foi a Batalha do Passo do Rosário, não somente por ter protagonizado a maior concentração de tropas já vista na America do Sul, mas pelas suas conseqüências políticas.

7. COLONIZAÇÃO 
 PRIMEIRA FASE

Imprescindível para a compreensão da identidade regional é reconhecer a importância da colonização do território por europeus. Primeiro chegam os alemães. Estabelecidos inicialmente na Real Feitoria do Linho Cânhamo (1825), hoje São Leopoldo, expandiram-se para o norte e oeste, ocupando grande parte
dos vales.
Foram os alemães que implantaram as primeiras indústrias (artesanato) no território gaúcho.
Podemos destacar, além da culinária, também a música, a dança e o espírito do cooperativismo trazido pelos alemães. A nova “ética do trabalho” também se deve aos imigrantes.

7. REVOLUÇÃO FARROUPILHA

Episódio considerado como marco fundador da identidade regional, a Revolução Farroupilha teve início em 1835 com a tomada de Porto Alegre. Vale estudar as causas dessa revolução e o papel que a maçonaria desempenhou no fomento do conflito.
A figura de Antonio de Souza Netto que patrocinou a proclamação da República Rio-Grandense (1836) merece ser bem estudada. Bandeira e Hino o hino da República Rio-Grandense foram uma conseqüência da proclamação de Netto.
O episódio da tomada de Laguna e a criação da República Catarinense (1839) merecem destaque pelo significado político: os farroupilhas pretendiam implantar no Brasil uma República Federativa, integrada pelas províncias autônomas.
O fim da revolta no ano de 1845, sem que os objetivos fossem alcançados, mas com conquistas importantes consubstanciadas naquilo que passou para a história como Paz de Ponche Verde, assinada nos campos de Dom Pedrito.

8. NA DEFESA NACIONAL

A tônica da história do Estado foi a defesa do território contra os interesses castelhanos. A Guerra contra Rosas (1850) é um marco importante nesse mister.
Os mesmos farroupilhas que haviam lutado contra o Império Brasileiro foram os que defenderam o Brasil contra as pretensões expansionistas do ditador argentino.
A Guerra do Paraguai (1865-1870) foi outro episódio importante. Os gaúchos formaram vários “Corpos de Voluntários da Pátria” para a formação do exército da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), combatendo o Paraguai e seu ditador Solano Lopes.
Depois da Guerra do Paraguai tem início da modernização do Brasil e do Estado, com a implantação das estradas de ferro. Houve a partir de então uma significativa melhora nos transportes e na integração do território.

9. REVOLUÇÃO FEDERALISTA

No ano de 1889 instala-se a República Brasileira. O fim do Império dá início a um novo momento político. No Estado há uma intensa disputa pelo poder.
As figuras de Julio de Castilhos e de Gaspar Silveira Martins surgem como estrelas da disputa política o que resultou na Revolução Federalista. A “guerra da degola”. Pica-paus e maragatos mancharam o território com o sangue dos gaúchos.
Duas ideologias, duas facções, dois interesses convulsionaram o Estado por dois anos (1893-95). No final, a implantação da administração positivista.
No ano de 1892, o Corpo Policial é extinto e no seu lugar surge a Brigada Militar como um exército estadual.

10. A COLONIZAÇÃO
  SEGUNDA FASE
 COMPLETA-SE O GHAÚCHO
A chegada dos Italianos no ano de 1875 marca a ocupação do último grande espaço territorial: a serra. Com sua força de trabalho, os italianos plantam cidades e imprimem um novo ritmo para a economia do Estado. Culturalmente contribuem com as suas danças, música, culinária, festas de comunidade e crença religiosa.
Nesse período temos também a chegada de imigrantes Poloneses, Holandeses, ucranianos e outros grupos que, se não ocuparam grandes áreas, foram e são até hoje importantes para muitas comunidades do Estado. Neste ano de 2011 comemora-se o centenário da imigração Holandesa no Brasil. É o ano da Holanda no Brasil.

11. GAUCHISMO: CULTO E PRÁTICA
A identidade gauchesca começa a ser estudada, compreendida e difundida, mesmo que de forma romântica, com o surgimento do Partenon Literário em Porto Alegre (1868). Foi naquela “confraria” que surgiram os primeiros escritores e poetas valorizando o gaúcho e sua cultura.Mais tarde surge a figura de João Cezimbra Jacques que capitaneou a fundação do Grêmio Gaúcho (1898). Foi essa a primeira iniciativa de organização social, como um clube, para resgatar e preservar aspectos importantes da cultura gauchesca.
Em seguida foi a vez de João Simões Lopes Neto fundar a União Gaúcha de Pelotas (1899), seguindo-se uma série de clubes gauchescos pelo Estado.
Foi no ano de 1947 que toda a experiência acumulada desde o Partenon Literário, que resultou na primeira Ronda Gaúcha no Colégio Julio de Castilhos, o episódio de 5 de setembro com “O Grupo dos 8” e, depois, já no ano de 1948 o surgimento do 35 CTG que deu o modelo seguido por inúmeros outros Centros de Tradições no Estado e fora dele.
Em 1966 foi criada a Federação dos CTGs, denominada movimento
Tradicionalista Gaúcho, o MTG.
Hoje são mais de 3.000 CTGs, espalhados pelo mundo, reunindo pessoas (gaúchos sul-rio-grandenses e outros gaúchos) cultuando, valorizando e difundindo a cultura gauchesca e consolidando a identidade do gaúcho, fruto da sua trajetória histórica. O gaúcho é um tipo cultural, formado por inúmeras etnias e aspectos culturais herdados dos índios, espanhóis, portugueses, negros, açorianos, alemães, italianos, poloneses, holandeses ... e mestiços de toda ordem.
MANOELITO CARLOS SAVARIS
1º VICE-PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DA TRADIÇÃO GAÚCHA