quinta-feira, 23 de maio de 2013

COLUNA MINHA QUERÊNCIA II




HÁ! EU SOU GAÚCHO!

Mas o que é ser gaúcho? Nascer no Rio Grande me transforma em rio-grandense, mas não me faz ser gaúcho.
Quanta interrogação para o tema gaúcho, que passou a ser um titulo de nobreza. Voltamos para a alvorada da querência, no nascimento das estâncias, todo índio vago (gaudério), changuedor, bandido era chamado de gaúcho, não importando o valor social no crescimento da América do Sul, no enriquecimento dos produtos derivados do gado. O gaúcho passou a ser visto com outros olhos, a partir das lutas de fronteira primeiramente e posteriormente nas guerras e revoluções internas, culminando com a guerra do Paraguai passando a ser ostentado como um titulo de glória.
Ou seja, o gaúcho, considerado um ser belicoso, passou a ser respeitado por ser valente destemido e brioso nos combates. Mais adiante se notabilizou como um ser político, de idéia forte e posicionado politicamente, sério e integro, tendo seu povo que já não pegava mais em armas. Mas, apegado às leis fazendo um novo estilo de revolução, tendo como armas lápis e cadernos. Isto na década de sessenta (século passado), tanto que tínhamos a melhor condição de vida do Brasil.
E hoje, no século XXI o que somos? Gaúchos ou rio-grandenses, sabemos reivindicar os nossos direitos e prioridades ou aceitamos o que vem imposto à força, será que usamos bombachas para lembrar o passado ou para firmar o nosso presente, saber da raiz e da cepa crioula que viemos.
Por pesquisas, somos o povo que mais tem ações na justiça brasileira, isto mostra que ainda reivindicamos, mas será que a nossa força de indignação ainda persisti perante injustiças sociais, desmandos, irregularidades. Saímos para as ruas para protestar, lembramo-nos de um grito “O povo na rua, a luta continua”.
Então gaúcho, se assim posso te chamar, vamos voltar a ter esta condição, ver as coisas erradas que vem acontecendo e denunciar, fazer valer o nosso titulo de nobreza.
Para finalizar, como podemos explicar gaúchos mineiros, baianos, cariocas, paulistas, amazonenses, ou seja em todo o Brasil, não nasceram no Rio Grande do Sul, mas optaram por ser gaúcho, como diz Telmo de Lima Freitas: “Ser gaúcho é um estado de espirito”

TRADICIONALISMO OU CULTURA REGIONAL

Como sempre, aqui pelos pagos, temos uma polêmica por qualquer da cá uma palha, umas com razões e outras nem tanto,  vou enumerá-las sem entrar no mérito, as bombachas femininas, as castelhanas, os lenços, a faca, a tchê music e a da hora “EU SOU BAGUAL”.
Em algumas polêmicas deixamos por ser de cunho filosófico do movimento tradicionalista como de comportamento e estrutural. Mas tem umas polemicas que dizem respeito à cultura regional, estou me referindo ao clipe produzido pela RBS TV gravado na cidade de Santana do Livramento, pelo cantor Joca Martins, um trabalho totalmente regional, com termos, trejeitos, expressões e personalidades típicas da “Fronteira da Paz”, ou seja, o exemplo mais típico de regional.
Pessoas ligadas ao MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho), especificamente o coordenador da 18º RT, Sr. Rui Francisco Ferreira Rodrigues resolveu polemizar a música pela utilização de palavras como “bagual”, que seria sinônimo de grosseiro, mal educado e ignorante; e “cocho de sal”, local para guardar comida dos animais no campo.
Até onde podemos criticar? O trabalho é vinculado ao tradicionalismo? O cantor Joca Martins é um cantor da linha tradicionalista? Podemos até responder pelo artista, o Joca Martins é um cantor nativista na linha regional.
Por isso peço que revejam seus conceitos, pois cercear um trabalho de um artista de expressão como Joca Martins é no mínimo uma atitude não muito inteligente.

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