sábado, 16 de julho de 2011

HOMENAGEM AOS 33 ANOS DOS MUURIPÁS


A Lenda dos Muuripás

Foi minha Vó Caati que me contou um pouco antes de morrer. Que Deus a tenha!
Filha de cacique, orgulhosa de sua raça como ninguém. E se não tivesse morrido naquele inverno, teria completado 112 anos, marcados na tarca.
- Naqueles tempos, a grande tribo Guarani dominava todas essas terrs do Jacuí até as barrancas do Uruguai. Eram léguas e léguas de mata cerrada, que nem a vista do pajé conseguia enxergar o fim. Seus guerreiros eram os mais valentes, os mais astutos... os melhores no arremesso da lança, os mais rápidos no manejo do arco e da boleadeira. Nas caçadas ninguém vencia um muuripá.
É claro que tu não sabes quem eram os muuripás! Também, faz tanto tempo...
Eles eram guerreiros escolhidos, que na língua do branco quer dizer venturoso, os que têm sorte.
Para chegar a muuripá, o guerreiro deveria cumprir provas de astúcia e valentia ao longo dos sete caminhos da morte, que ofereciam peripécias na mata virgem, na correnteza dos rios, na caverna dos espíritos e até mesmo no campo aberto.
O retorno vitorioso deveria acontecer ao término da sétima lua. Se assim não ocorresse, estaria frustrado o desejo e a honra do jovem índio de se tornar um muuripá.
Vencidas todas as provas, ele era conduzido e aclamado pelos caminhos que levavam aos acampamentos da grande tribo. Lá recebia a boleadeira de pedra, símbolo da astúcia e da valentia. Depois, em grande cerimônia, era marcado na fronte do guerreiro - com fogo e erva sagrada - o emblema da lua nova, para que fosse o seu enigma de ventura e boa sorte, tanto na paz como na guerra. Cumprida a cerimônia, o novo muuripá passaria a integrar a elite guerreira da sua tribo, recebendo como prêmio sete virgens, que, por sete dias o divertiriam e lhe dariam prazer.
(Recolhida em São Nicolau)
Conta-se que Sepé Tiaraju teria sido o último dos "muuripás" e, como os outros, também receber seu prêmio.


Do Grupo 

Os Muuripás, conjunto de cultura nativa, foi fundado a 22 de agosto de 1971, para estudar, pesquisar e desenvolver artisticamente - em forma de recitais, palestras e espetáculos - os motivos tradicionais e folclóricos da terra e do homem gaúcho, é hoje o mais aplaudido elenco de projeção folclórica do Sul.
São quarenta artistas do melhor nível reunidos em dois grupos de trabalho. O Grupo Arte-Pampa com os mais experientes músicos, cantores, bailarinas e sapateadores da querência; O Grupo Arte-Nova com seu elenco jovem - cor, técnica e perfeito trabalho de equipe.
Em 15 anos, Os Muuripás levou seu trabalho a todos os cantos do Rio Grande; atuou nas principais capitais brasileiras; andou por Montevideo, Buenos Aires, Assunção do Paraguai e Cordilheira dos Andes.
O nome do conjunto é uma homenagem ao ancestralismo indígena do gaúcho, extraído do vocábulo guarani e que significa "venturoso, usado par exaltar a boa sorte e valentia dos guerreiros".



Como tudo começou

Tudo começou na Faculdade dos Meios de Comunicação da PUC, quanto o então aluno José Machado Leal apresentou o trabalho "Folclore é coisa de arte ou coisa para grosso?", que veio mais tarde a ser publicado pelo Jornal da Famecos.
Leal criava seu próprio grupo dentro do que se propunha no trabalho de aula e já em fevereiro de 1972 "Os Muuripás" conquistava seu seu primeiro troféu como "Campeão Artístico do IX Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria".
Começavam aí os trabalhos práticos do conjunto, pois até então tinham sido realizadas pesquisas e estudos sobre o movimento folclórico que se esboçava no Rio Grande do Sul, a partir de 1948, com a criação do 35 CTG e o trabalho da equipe de alunos do Colégio Júlio de Castilhos, liderada por Paixão Côrtes.
(Fonte site Página do Gaúcho)








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