UMA TRADIÇÃO
QUESE MANTEM
CONHEÇAM COMO UMA TRADIÇÃO QUE SE
PERPETUA PELOS TEMPOS. ATRAVÉS DE UM
CLUBE DE FUTEBOL QUE SE TORNOU A RESISTENCIA
DE UM POVO E SAIBAM PORQUE É IMPORTANTE A REFERÊNCIA DE POVO E
IDENTIDADE
ORGULHO DE
UM POVO
A exclusividade de atletas bascos
não dura desde a fundação do clube, em 1889. Chama-se Athletic Club porque os
seus fundadores eram operários e mineiros britânicos de Bilbau que se juntaram
aos bascos que haviam estudado e aprendido as regras do futebol na Inglaterra.
Franco, ex-ditador espanhol, tentou limpar as origens britânicas do clube
obrigando a mudar o nome para Atlético, mas a medida foi anulada quando o
franquismo caiu. No início, havia jogadores ingleses e a exclusividade só
entrou em prática a partir de 1912.
Não é obrigatório que os jogadores tenham nascido nos territórios do País Basco
espanhol (Biscaia, Guipúzcoa e Álava), Navarra e o País Basco francês (que teve
apenas um representante no Athletic, Bixente Lizarazu, que seria campeão mundial
com a seleção francesa). Também são elegíveis jogadores que cresceram em
Euskadi. Por exemplo, o zagueiro Fernando Amorebieta nascido na Venezuela e
jogador da seleçãol venezuelana, mas jogador do Athletic por conta de seus pais
serem bascos e crescido na região. Há também o caso de Victor Monteiro
Oliveira, que nasceu em Guimarães e que foi para o País Basco acompanhando os
pais, imigrantes. Representa o clube desde 2008 e está nos juniores.
Apesar do conceito mais severo de
nacionalidade basca, a verdade é que o clube depende muito da sua formação e do
recrutamento em outros clubes da região, como o Osasuna, o Alavés e até a Real
Sociedad, o grande rival regional - Etxeberria, por exemplo, foi contratado com
17 anos do clube de San Sebastián. E a verdade é que, mesmo estando longe do
topo do futebol espanhol, o Athletic é um dos três clubes que nunca caíram para
a segunda divisão nacional, os outros são Barcelona e Real Madrid, o quarto
clube com mais títulos de campeão oito, e o segundo que mais vezes ganhou a
copa do Rei (23, três a menos que Barcelona e cinco a mais que o poderoso
Real).
O público na arquibancada atrás dos gol do Athletic canta de forma ritmada as
palavras “Herri Norte”, ou “povo do norte”. Alguns torcedores estão até mesmo
balançando faixas pedindo pela libertação de membros capturados da organização
terrorista basca, o ETA. Outras, misturadas entre a torcida, estão cantando
“Vamos matar um espanhol” seguindo a melodia de “When the Saints Go Marching
In”. Todavia,os bascos radicais representam uma minoria entre os torcedores do
Athletic, que são mais conhecidos por sua educação. Apesar de já ter perdido um
de seus membros, Juan Pedro Guzmán, por 11 dias quando este foi raptado pelo
ETA, a direção do clube ainda defende uma política de não se meter em nome da
“liberdade de opinião”. O Athletic é o maior representante dos bascos. Os seus
torcedores se referem ao Estádio de San Mamés, construído em 1913, como sua
“catedral”, e qualquer cidadão que se preze tem ingressos para toda a temporada.
O clube conta com 34 mil sócios e qualquer um que quiser se associar precisa
aguardar por muito tempo em uma longa lista de espera.
A diretoria do Athletic reconhece que os tempos estão mudando. Mas como a
grande maioria dos jogadores e todos os cidadãos de Bilbao são contrários à
contratação de atletas não oriundos das “canteras” bascas, é improvável que
novidades aparecerão em campo tão cedo.
“Nós sabemos que estamos travando
uma espécie de cruzada”, diz Fernando García Macua,o presidente do Athletic.
Mas a filosofia do clube é intocável, diz Macua, “porque as pessoas daqui a
incorporaram”. Os padrões do Athletic não são apenas uma questão de orgulho
nacional para o povo basco. Eles também derivam da vontade absoluta da maioria
dos nascidos no País Basco em ajudar a preservar o que consideram ser a magia
do futebol dos Leones.
O Athletic foi o último clube na primeira divisão da Espanha a permitir placas
de publicidade no seu estádio. Os jogadores do Athletic por muito tempo
vestiram uniformes sem patrocinadores e a equipe permanecia contrária em abrir
seu capital. No passado, um astro do Athletic tinha que ser de Bilbao ou pelo
menos da província de Biscaia. Atualmente, o clube relaxou um pouco suas regras
para incluir jogadores das três províncias bascas na Espanha, de províncias
adjacentes de Navarra e da parte francesa da região basca.
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