HOJE É
DIA DE REIS
No dia 6 de janeiro, pelo
calendário brasileiro, comemora-se o Dia dos Santos Reis, um auto popular
realizado até 1950 e ainda vivo em muitas regiões brasileiras. E a
lembrança dessa festa de caráter religioso - uma das mais populares de nosso
país - é de grande importância para o Folclore do Brasil. Nos dias
atuais, abre-se várias oportunidades para que esse antigo festejo
religioso venha a ser retomado. O dia 6 de janeiro encerra a Folia de Reis,
iniciada na Noite de Natal ou a partir do dia 1. de janeiro. O Terno de Reis ou
Reisado, embora tenha sido realizado também nos arredores das cidades grandes,
como nos bairros Cidade Baixa e Belém Velho, de Porto Alegre-RS, sempre
foram manifestações essencialmente agro-pastoris, vivenciadas na sua
grande maioria pela gente simples do interior. Em Rio Pardo e Viamão, por
exemplo, cidades de procedência luso-açoriana, era tradição famílias inteiras
participarem dos Rezes ou Bandos de Reis, como também eram conhecidas as Folias
de Reis. Entretanto, foi nas áreas rurais e agrícolas que se
manteve admirado o culto desse costume popular. Se os grupos
aparecessem durante o Ciclo de Natal - de 25 de dezembro a 6 de janeiro -,
os autos
do Bumba-meu-boi eram precedidos pelo Terno de Reis,
composto de seis pessoas: 5 cantadores e 1 tocador, no geral, de acordeom. O Terno
cantava na porta, entrava e pedia para o mastro - o Pau-de-fita - se
posicionar na sala. A ladainha do Terno dava-se com três vozes - a
terceira e última, bem fina, conhecida como tipa; duas
vozes médias e na frente outras duas, as primeiras vozes. Na região
de Torres o Terno geralmente era autônomo, mas podia aparecer antes do boizinho, de
duas maneiras: precedendo-o no mesmo grupo, ou com desfile independente. Carregando
um saco no peditório, solicitavam ofertas, como peru - muito barato na
região - e galinha. Em Osório o Terno formado pelos irmãos Domingos e Juvêncio
Corrêa de Andrade - o primeiro na viola e o segundo na rebeca, à frente de parentes
e amigos -, percorria a costa da serra até Cidreira, retornado no dia 6 de
janeiro. No percurso, durante a noite, chegando em frente a uma casa,
o Terno principiava o canto, em dueto: surgiu festiva e brilhante,
espargindo dia luz, a estrela dos Reis Magos anunciando Jesus...
Pediam licença para entrar. Depois, já no interior da residência, cantavam modinhas
populares. O dono da casa oferecia aos visitantes o que houvesse na casa,
desde café e seus acompanhamentos até frutas e doces. Se vinho fosse oferecido,
os participantes evitavam embriagarem-se, tomando apenas um gole cada
um, em virtude do caráter religioso da festa. Em outras regiões os
próprios integrantes do Terno carregavam alimentos para ajudar o dono da casa
na ceia. Sempre cantando, o Terno louvava os Reis Magos e o Menino Jesus, no
presépio; saudava e agradecia aos donos da casa; despedia-se e dirigia-se a
outra casa, durante todo o período do Reisado, até o dia 6. Neste dia, na
residência pré-determinada, realizava-se a grande festa, com a contribuição
dos donativos oferecidos pelos vizinhos, no decorrer de todo o ano, como galinhas,
porcos, ovelhas, carne de gado e outros. E, para o ano seguinte, definia-se
qual a casa a guardar o estandarte ou o mastro e a
sediar a próxima Folia de Reis. (Fonte: Laytano, 1984). No Folclore Gaúcho Brasileiro,
oriundo da região do Pampa Sul-brasileiro - o qual não se confunde com o amplo
Folclore Sul-rio-grandense, mais abrangente por referir-se a todo o Estado
Sulino -, o Terno de Reis há de valorizar, cultuar, zelar, preservar e
corretamente divulgar a antiga, regional, campeira, verdadeira e
tradicional Pilcha Gaúcha Oficial e de Honra do Rio Grande do Sul (Lei
RS Nr. 8.813, 20.01.1989), os instrumentos, os conteúdos morais, os ritmos e os
compassos musicais da autêntica Tradição Gaúcha Sul-rio-grandense, herdada
dos antepassados Gaúchos Campeiros do Pampa Sul-brasileiro. A seguir publicamos
um texto de grande valor informativo. Três Reis adorando o Rei dos
Reis. OS REIS ENCONTRAM A CRIANÇA. A 'estrela' parou sobre um estábulo, num
campo diante de uma gruta. Seu brilho aumentou. Os reis perceberam a pobreza do
local, mas apearam de seus camelos, entrando no estábulo. Uma luz divina
iluminava o ambiente. Viram a criança e a mãe, envoltas em luz. A alegria foi tão
grande que caíram de joelhos, beijando o chão. Belchior pegou a taça de ouro e
disse: 'Até hoje somente reis beberam nesta taça. Agora ela será iluminada pela
tua luz. Aceita o ouro!'. Baltazar em seguida entregou o incenso dizendo: 'Criança
Divina! Trago-te o incenso, do mesmo que era queimado nos rituais sagrados do
velho templo da montanha. Abre-nos uma nova era'. O Rei negro Gaspar ofereceu
mirra dizendo: 'Menino da estrela! Aceita a mirra que nasceu do poço que
continha a última água. Sob tua luz, a fonte da vida vai começar a fluir!'. Os
três reis, então, entraram em transe e viram tudo o que aconteceria daí por
diante. Suas almas elevadas assistiram a sermões, a vida de Cristo, sua
crucificação e morte, e a ressurreição no terceiro dia. Quando se
levantaram, eram homens diferentes. Despediram-se e sentiram que agora a luz da
'estrela' estava em seus corações. Retornando a Jerusalém, pararam para
descansar antes de falar com Herodes, sobre o encontro da criança. Mas um 'anjo'
apareceu aos três, em um sonho, e lhes disse que não voltassem ao palácio de
Herodes, pois ele tencionava fazer mal à criança. Afastaram-se, então; e dizem
os livros antigos que os reis levaram as boas novas aos seus países, partindo
depois para um retiro espiritual no alto das montanhas, vivendo ali em fraternidade. Ao
saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, mandou matar todas as crianças; na
certeza do seu falso poder, pensou que mataria também o menino Jesus. Mas seu
plano falhou. O menino Jesus sobreviveu. (Autoria: Suely Braz Costa -
Escritora, Palestrante e Consultora). O resgate desse Patrimônio Folclórico do
Brasil, constituído pelo Terno de Reis, além de propiciar a integração, o
congraçamento e a salutar confraternização entre vizinhos, parentes e amigos, é
de grande importância para a preservação e a valorização dessa antiga Festa
Religiosa de origem lusitana, parte marcante da rica Cultura Popular Brasileira!
PARAGUAIOS E ARGENTINOS
COMEMORAM DIA DE REIS
06.01.11 - Paraguaios e argentinos da Tríplice
Fronteira celebram, nesta quinta-feira (06), o Dia dos Reis Magos, data em que,
tradicionalmente, são feitas trocas de presentes entre familiares e amigos. A
data é aguardada com grande ansiedade por crianças de todas as idades.
A troca de presentes no dia 06/01 faz parte da cultura
hispânica e tem como base a tradição cristã que narra que três reis magos do
oriente (Melquior, Baltazar e Gaspar) seguiram o sinal de uma estrela para
encontrar o menino Jesus e levar oferendas para comemorar sua chegada à terra
dos homens.
Em tempos modernos, as oferendas às crianças que
“comportaram-se bem” ao longo do ano ultrapassam as barreiras da tradição e
invadem o campo da tecnologia, com brinquedos e produtos eletrônicos e de
informática encabeçando a lista dos presentes mais pedidos.
Nas ruas de Ciudad del Este, vendedores informais oferecem,
no entanto, todos os tipos de brinquedos e artigos de verão, como boias e
piscinas, a preços que variam entre o “popular” e o “sofisticado”.
O Dia de Reis é aproveitado, também, para mutirões e atos de
solidariedade, com a distribuição de presentes a meninos de rua e crianças de
comunidades carentes, cujos “reis magos” não podem dar-se ao luxo de
presenteá-los. Para saber mais sobre a figura dos reis, conforme a tradição
hispânica.
Por Guilherme Wojciechowski - SopaBrasiguaia.com.br
Música de Ivo Ladislau e Carlos
Catuípe apresentada no show de lançamento do CD dos Cantadores do
Litoral em Porto Alegre no dia 18.09.09.
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