domingo, 13 de janeiro de 2013

VOZES GAÚCHAS - FÁBIO SOARES







 Release Fábio Soares por Tríssia Ordovás Sartori

     Fábio Soares é urbano e vive em um apartamento. Nasceu em Caxias há 29 anos, mas sempre teve muito apreço pelos valores típicos regionais. Freqüentador de CTG desde a infância, percebeu que poderia usar a arte para reverenciar os costumes do Rio Grande do Sul. Lapidando versos e domando cordas, decidiu reviver histórias de antepassados por meio da música. Assim surgiu o CD nativista “Tropeiro, Meu Destino”, disco solo de estréia do músico.

            Ele tinha sete anos quando começou a freqüentar o GTCN Velha Carreta com amigos e aprendeu a tocar acordeon. Na entidade o menino também aprendeu violão, como autodidata. Os pais, naturais do interior de Lages (SC), mudaram-se para Caxias do Sul na década de 1970 e não participavam desses centros de tradições. Os avós e bisavós, no entanto, eram tropeiros, e Soares ficou fascinado por esse universo viajante.

           
        – Sempre achei a figura do tropeiro interessante e quis despertar esse interesse nas pessoas – explica o músico.

      O disco traz um livreto contando a história dos tropeiros, e Soares apropria-se desse mundo repleto de interações com diferentes culturas para misturar sons. Percebe a questão musical como uma riqueza das tropeadas e incorpora em “Tropeiro, Meu Destino” instrumentos incomuns à música gaúcha, como piano e flauta. Por meio da escolha do tema, quis mostrar que a figura do tropeiro transcende a questão regional, ele é do mundo.

            As andanças de Soares para tocar, acompanhando grupos ou apresentações de CTGs, e as pesquisas sobre a rotina dos antepassados refletem-se na musicalidade do disco, perceptivelmente influenciado por Luiz Marenco e pela poética de Gujo Teixeira, na formação de versos e construção de sentidos sofisticada.

          – Com o tempo, descobri que gostava de escrever. Fui aprendendo novas palavras, estudando temas e tentando aproveitar os momentos de inspiração para anotar ideias. Queria um disco que tivesse musicalidade – afirma.

        Durante oito anos, Soares esteve envolvido na concepção do trabalho, que tem produção musical de Lázaro Nascimento e financiamento do Financiarte. Intérprete, letrista, compositor e arranjador reconhecido, já foi premiado por 5 vezes no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), o maior evento amador da América Latina, além de premiações nos Rodeios Internacionais de Vacaria, Osório e Passo Fundo e diversos festivais de música nativista.

                     O primeiro disco de Fábio Soares foi com o grupo Pátria e Querência, que gravou cinco composições dele. Em 2005, produziu o disco “Um Sonho Domingueiro”, com Cleber Casagrande. Cinco anos mais tarde, no grupo Pátria Sulina, de Lages (SC), participou do disco “Por Isso Canto Senhores”, com temas do poeta e músico Rogério Villagran.

              Como escreveu na canção “Meu Destino”, o canto  forma de andejar.


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