segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TEORIA DO TEMPLADISMO - A ESTÉTICA DO FRIO


POR UMA GEOGRAFIA DA MÚSICA: 
NOTAS INICIAIS SOBRE O ESPAÇO GEOGRÁFICO 
DA MÚSICA POPULAR PLATINA
O tema deste artigo versa sobre os resultados preliminares da pesquisa: Por uma geografia da música, focada no estudo geográfico da música popular platina através de um grupo de compositores – suas representações do espaço geográfico, as articulações e atuações em território-rede, a inserção nas políticas culturais e os aspectos da multiterritorialidade presente nesse fenômeno musical particular. A proposta de pesquisa é uma continuidade do trabalho de graduação anterior, adicionando-se outros elementos. Inicialmente se realiza uma síntese dos trabalhos sobre geografia e música a nível nacional e internacional. Em seguida propõe-se uma abordagem teórica que se baseia: na conceituação de espaço geográfico, fornecido por Milton Santos; nas conceituações de território e territorialidade em Guy Di Méo, Claude Raffestin e Robert Sack; nos aspectos ligados à globalização e mundialização da cultura, e também às identidades territoriais, expressos em Joan Nogué; na teoria das representações sociais de Serge Moscovici e Denise Jodelet; nas reflexões sobre espaço, território e música de Yves Raibaud, e nas considerações sobre a vínculos territoriais e multiterritorialidade do espaço geográfico, de Rogério Haesbaert e Alvaro Heidrich. Apresentam-se em seguida alguns resultados preliminares da pesquisa. 1) As representações do espaço que os músicos realizam levam à compreensão de uma certa “recomposição do território”, mediante um discurso pautado na integração e na (re)identificação dos traços culturais que ligam os países da região platina. 2) Ao mesmo tempo, órgãos ligados ao Mercosul promovem diversos eventos musicais os quais são convidados alguns dos pesquisados neste trabalho; com isso, tenta-se mostrar como a institucionalidade política usa a música popular com deliberada estratégia territorial, geradora de identidade/territorialidade. 3) A articulação dos músicos se dá em rede, e tem como nós principais, Buenos Aires, Montevidéu e Porto Alegre; nestas duas últimas os intercâmbios têm sido mais intensos, em termos de shows e parcerias musicais. 4) Os músicos participam de outras redes musicais, que os ligam com outras regiões e continentes, levando a visualizar a condição multiterritorial destes atores. Ao final do texto, chama-se atenção ao uso da música como importante ferramenta para a compreensão geográfica da cultura na contemporaneidade. A geografia da música, longe de se uma proposta de nova disciplina, como parece sugerir o nome, é uma denominação que indica o interesse pela música nas abordagens em geografia social e cultural; o seu desenvolvimento pode contribuir para a construção de referenciais teóricos e metodológicos que possibilitem visualizar na música uma forma de compreensão da cultura e das manifestações artísticas, do território em sua dimensão simbólica, e abre um campo de discussão com outras ciências humanas já avançadas na temática da música, como a sociologia, a história e a antropologia. 
(Lucas Manassi Panitz.  Geógrafo. Mestrando em Geografia. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.)

2 comentários:

  1. fico feliz pela divulgação do meu trabalho. ele foi feito, justamente, para servir de discussão entre os interessados na cultura do sul da américa.

    abraço e parabéns pelo blog!
    lucas panitz

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  2. Cheguei aqui por causa do filme "A linha fria do horizonte" filmaço, por causa do Viror Ramil, do Sobtropicalismo, desse outro universo que se abre do RS para Uruguay e Argentina.
    Teu Blob pode ser um espaço de debate sobre essa gauchesca irmandade entre os platinos.
    Afinal fronteiras não matam costumes. Quando assisto Chango Spaziuk em "Pequeños Universos" vejo em muitos episódios o Rio Grande do Sul. O prado pampeiro não muda de cor ao atravessar a fronteira. Afinal a "Estética do Frio" tem mesmo tudo a ver.
    Saúde e paz a todo povo desse estado que admiro.
    Que estado brasileiro todo povo canta seu hino? Apenas um. Abraço.

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